851 - SIMÃO SABROSA

Nascido em Trás-os-Montes, seria na Diogo Cão, pequeno clube sediado na escola com o mesmo nome, que daria os primeiros passos na modalidade. Em Vila Real, sendo um dos melhores atletas da referida colectividade, chamaria a atenção dos responsáveis do Sporting, que acabariam por convencê-lo a vir para Lisboa.
Ainda muito novo, a mudança para a capital não seria fácil para Simão. Apesar de, por várias vezes, ter pensado em desistir, a verdade é que a paixão pela modalidade superaria as dificuldades de estar longe de casa. Tão precoce era o seu talento que, ainda em idade júnior, conseguiria estrear-se pelos seniores. Na temporada de 1996/97, o atacante faria a primeira partida pela equipa principal “leonina”. Nesse jogo frente ao Salgueiros marca um golo e sela a qualificação do clube para a “Champions”. Daí em diante, transforma-se numa das principais estrelas dos “Leões”, acabando por ser chamado à selecção nacional.
Simão Sabrosa, que até já tinha sido campeão europeu s-17 por Portugal (1996), é convocado por Humberto Coelho para um particular. Nesse encontro disputado em Novembro de 1998, e tal como tinha acontecido na estreia pelo Sporting, o atacante consegue marcar um golo frente a Israel. Todavia, e apesar de um início auspicioso, o jogador só começa a ser presença habitual com a camisola de Portugal a partir de 2000.
Resultado de uma lesão, e numa altura em que já tinha passado pelo Barcelona e defendia as cores do Benfica, o extremo falha a presença no Mundial de 2002. Devido ao tal infortúnio, a primeira grande competição de selecções em que participaria seria o Euro 2004. No torneio organizado em Portugal, Simão dá a sua ajuda em 3 partidas. Acaba por não entrar em campo na final e, do banco de suplentes, vê a sua equipa perder frente à congénere grega. 
Nisto de grandes certames, Simão também contribuiria para o 4º lugar alcançado no Mundial de 2006 e para as participações no Europeu de 2008 e Campeonato do Mundo de 2010. Claro está que estas suas participações com a “camisola das quinas”, estão relacionadas, na sua grande maioria, com as temporadas passadas ao serviço do Benfica. Pelas “Águias”, muito mais do que ser um dos prediletos da massa adepta, o extremo conseguiria conquistar títulos importantes. Venceria a Taça de Portugal de 2003/04, a Supertaça de 2005/06 e, com Giovanni Trapattoni como treinador, sagrar-se-ia campeão nacional em 2004/05.
No que diz respeito a conquistas, a sua mudança para o Atlético de Madrid ira também enriquecer-lhe o currículo. Já despois de ouvir falar-se da sua transferência para o Liverpool e Chelsea, em 2007/08 Simão Sabrosa assina contrato com os “Colchoneros”. Na capital espanhola encontra-se com inúmeros atletas conhecidos do futebol português. Tendo, ao longo de 3 temporadas e meia, partilhado o balneário com Seitaridis, Zé Castro, Costinha, Maniche, Salvio, Pongolle, Reyes, Paulo Assunção, Roberto, Elias e Diego Costa, a quantidade de troféus no seu palmarés iria crescer em qualidade. 
Mesmo sem vencer qualquer competição interna pelo Atlético de Madrid, o extremo iria conseguir erguer a Liga Europa de 2009/10 e a Supertaça Europeia da época seguinte. Surpreendentemente, alguns meses após a conquista desse último troféu, Simão deixaria a “La Liga” para ir até Istambul. Na Turquia acabaria por vencer uma Taça, mas viveria alguns momentos complicados – “(…) houve uma grande confusão, no início da época seguinte, em que o presidente e o vice-presidente foram presos [por suspeitas de corrupção], e então os jogadores que tinham sido levados por eles, como foi o meu caso, acabaram por sofrer as consequências. Como tínhamos ordenados elevadíssimos, tivemos de sair, eu mudei-me para o Espanhol, para Barcelona. Mas a Turquia é o sítio onde as pessoas são mais fanáticas por futebol. E eu adoro Istambul”*.
O regresso a Espanha para a campanha de 2012/13, coincidiria com a entrada na última fase da sua carreira como futebolista. Após dois anos a jogar pelo emblema da Catalunha, Simão, sem conseguir vincular-se com outro clube, ver-se-ia forçado a um “ano sabático”. Em 2015/16 acabaria por voltar à actividade ao serviço do NorthEast United. Na Índia, e ao lado dos portugueses Miguel Garcia e Silas, disputaria a derradeira temporada como jogador profissional.
Após “pendurar as chuteiras” o antigo “capitão” “encarnado” haveria de conseguir destacar-se como comentador desportivo. Na SporTv tem participado em diversos programas e, inclusive, apresenta o seu próprio projecto - os “Amigos do Simão”.

*retirado da entrevista de Carlos Torres, publicada em www.sabado.pt, a 19/09/2003

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