793 - ROBERT

Desde tenra idade que Robert revelaria uma enorme aptidão para o desporto. Ainda longe de alguém pensar que haveria de brilhar como futebolista, seria no atletismo, em especial no triplo salto, que começaria por mostrar as suas habilidades. Todavia, o futebol estava no sangue da família e sendo filho de um avançado-centro, o pequeno Laurent acabaria por apaixonar-se pela modalidade.
Já integrado na selecção de Reunião, ilha francesa situada no Oceano Índico, Laurent Robert seguiria até à metrópole, para representar a sua região natal. No torneio dedicado exclusivamente a jovens, o pé canhoto do jovem jogador impressionaria a maioria dos “olheiros” ali presentes. Entre os vários clubes interessados na sua contratação, a escolha acabaria por recair no Brest. Contudo, a sua passagem pelo emblema da Bretanha seria curta e, passados apenas alguns meses, o esquerdino já estava ao serviço das camadas de formação do Montpellier.
No Sul de França acabaria por fazer a transição para as provas seniores. Numa realidade competitiva bem diferente, o jovem extremo acabaria por sentir algumas dificuldades de adaptação. Com uma forte concorrência dentro do plantel, só na temporada de 1995/96, a segunda com a equipa principal do Montpellier, é que Robert conseguiria merecer algum destaque. A partir daí, as suas capacidades começariam a projectá-lo como um dos bons talentos no futebol gaulês. Nesse sentido, poucos estranharam que outros emblemas fossem no seu encalço. O Paris Saint-Germain acabaria por vencer essa corrida e, no começo da temporada de 1999/00, o avançado acabaria por mudar-se para a capital.
Quase em simultâneo com a ida para a “Cidade Luz”, surge a sua primeira chamada à selecção gaulesa. Apesar de, durante a sua carreira, ter arrecadado apenas 9 internacionalizações, esse “particular” com a Irlanda do Norte acabaria por abrir-lhe as portas para um dos certames com a chancela da FIFA. Tendo participado em mais algumas partidas, o seu nome acabaria incluído na lista dos atletas a disputar a Taça das Confederações de 2001. No torneio organizado entre o Japão e a Coreia do Sul, Robert, tendo participado em 4 partidas, acabaria por ajudar os “Bleus” a chegar à final. No derradeiro encontro, com o jogador a entrar em campo aos 57 minutos, um golo de Patrick Vieira dar-lhe-ia o primeiro grande troféu do seu percurso como profissional.
A sua passagem pelo PSG, acabaria por servir de transição para aquela que terá sido a melhor fase da sua carreira. Sem ganhar qualquer título no “Parc des Princes”, os dois anos em que aí jogaria permitir-lhe-iam elevar o seu valor. Ainda sem ser uma das grandes estrelas do futebol europeu, o Newcastle, valendo-se das boas exibições feitas pelos parisienses, decidiria apostar na sua contratação. A transferência, consumada já com a temporada de 2001/02 a decorrer, levaria para Inglaterra um jogador que era conhecido pela sua técnica, bons cruzamentos e pontaria na marcação de livres. Na “Premier League” confirmaria tudo isso. No entanto, outra faceta sua emergiria. Acusado também de ser muito intempestivo, Robert haveria de enfrentar algumas acusações pela sua falta de entrega. Apontado como um jogador negligente, os problemas com os treinadores começariam a acumular-se. Já com Graeme Souness aos comandos dos “Magpies”, esse seu lado negativo agudizaria a má relação com os responsáveis do clube. No jogo de despedida, mais uma polémica. Após o apito final, o francês haveria de dirigir-se aos adeptos e, depois de oferecer todas as peças do seu equipamento, acabaria a correr em direcção aos balneários, somente em cuecas!
A derradeira fase da sua carreira acabaria por sublinhar os maus momentos passados no último ano em Inglaterra. Sem o fulgor de outrora, e demonstrando uma enorme falta de motivação, o atacante acabaria por representar vários emblemas. No espaço de 3 temporadas, Robert acabaria por vestir as cores de Portsmouth, Benfica, Derby County, Levante, Toronto FC e, para finalizar, dos gregos do Larissa. No meio de tanta mudança, a passagem por Lisboa haveria de ter o seu momento alto num dos clássicos do futebol português – “Joguei sobre a direita nesse jogo, numa diagonal sofri uma falta e marquei o livre. A bola saiu forte, bateu no chão e passou por cima do Vítor Baía (…). Acho que ele não foi muito feliz naquela jogada”*.

 
*retirado do artigo de Sérgio Pereira, publicado em www.maisfutebol.iol.pt, a 15/12/2009

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