773 - ETTORI

Depois de ter entrado para a INF Vichy, famosa academia criada pela Federação Francesa de Futebol, a sua ida para o AS Monaco dar-lhe-ia a conhecer o único emblema profissional de toda a carreira. Tendo chegado para a campanha de 1975/76, as primeiras épocas no Principado não seriam fáceis para o guarda-redes. Com 20 anos de idade e sem conseguir um lugar no “onze” inicial, Jean-Luc Ettori, no final dessa temporada de estreia, veria ainda o clube descer de divisão.
Já o regresso ao escalão máximo do futebol gaulês, traria uma mudança de paradigma ao trajecto do guardião. Titular do conjunto monegasco, estatuto que conseguiria manter até aos últimos dias como atleta, Ettori tornar-se-ia peça fulcral nos sucessos alcançados durante essa temporada de 1977/78. Sendo a sua equipa uma das recém-promovidas à “division 1”, foram poucos a apostar no desfecho dessa época. A verdade é que, muito mais do que lutar pela permanência, ou fazer um campeonato tranquilo, o Monaco haveria de pasmar muita gente e conseguiria conquistar a Liga francesa.
Nisto de títulos, o percurso do guarda-redes ainda teria mais para contar. No cômputo da sua vida como futebolista, Ettori conseguiria arrecadar 3 Campeonatos (1977/78; 1981/82, 1987/88) e 3 Taças (1979/80; 1984/85; 1990/91). No entanto, houve outras situações, ainda que sem troféus, que marcariam a sua carreira. O Mundial de 1982 seria um desses episódios. Tendo conseguido, até ao começo do referido certame, alcançar apenas duas internacionalizações, o seu nome, ainda assim, seria incluído por Michel Hidalgo na lista de convocados. Mas se a chamada para a fase final, tendo em conta a sua qualidade, até seria bem aceite, já a escolha do seu nome para o “onze” inicial causaria algum espanto. Independentemente da surpresa, o que é certo é que das 7 partidas disputadas pela sua equipa, o guardião estaria presente em 6. Seria nessa caminhada, na qual ajudaria a França a chegar ao 4º lugar, que faria aquele que, por muitos, é recordado como o seu melhor jogo. Na meia-final disputada com a República Federal Alemã, conseguiria segurar a igualdade a 3 golos, arrastando o encontro para o desempate por grandes penalidades. Já no tira-teimas, o jogador seria incapaz de travar os adversários e, desse modo, falharia a presença no derradeiro embate do torneio.
Outra ocasião marcante, seria a final da Taça dos Clubes Vencedores das Taças de 1991/92. Nessa partida, marcada para o Estádio da “Luz”, Ettori, segundo palavras do próprio, viveria o pior momento da sua carreira. Num grupo que contava com jovens craques como Emmanuel Petit, Lilian Thuram, George Weah, Youri Djorkaeff ou, ainda, com o português Rui Barros, as projecções davam grandes chances aos monegascos. Todavia, um golo de Klaus Allofs e outro de Wynton Rufer levariam a mais uma desilusão.
Após essa final de Lisboa, o percurso profissional de Ettori começou a aproximar-se do fim. Tendo jogado 19 temporadas com as cores do seu clube, os números que alcançaria durante esses anos, levá-lo-iam a bater alguns recordes. 755 partidas em todas as competições, 602 das quais na Liga, fariam dele, com o terminar da época de 1993/94, o jogador que mais vezes vestiu a camisola do Monaco e o atleta com mais jogos na principal prova francesa.

2 comentários:

Francisco Emanuel disse...

Gostei de visitar este interessante blogue.
Um abraço.
Autografos Futebol

cromosemcaderneta@gmail.com disse...

Muito obrigado pela sua visita e elogio.