772 - WYNTON RUFER

Num país onde o “rugby” é a modalidade com maior expressão, Wynton Rufer cresceria como adepto de futebol. Dando seguimento a essa paixão, seria no Wellington Diamond United que o avançado daria os primeiros passos como sénior. No emblema da capital neozelandesa, e em simultâneo com as presenças nas camadas jovens da equipa nacional, o avançado começaria a revelar um enorme potencial. Como resultado da habilidade demonstrada, o jogador acabaria por ser incluído nas convocatórias para a fase de apuramento do Mundial de 1982. Ainda assim, e apesar da sua estreia na selecção principal ter acontecido quando contava apenas 17 anos, a sua inclusão nessa fase adiantada da qualificação, causaria, entre os outros atletas, algum mal-estar. No entanto, essa desconfiança rapidamente desapareceria e o atacante, com os seus golos, tornar-se-ia decisivo para o sucesso do conjunto “Kiwi”.
Ainda antes da presença em Espanha, Wynton Rufer, acompanhado pelo seu irmão Shane Rufer, partiria para a Europa. A viagem até Inglaterra teria como destino o Norwich City. No emblema de Norfolk, e apesar de agradados os responsáveis técnicos, os dois atletas só vestiriam a camisola dos “Canaries” em jogos amigáveis. Tendo esbarrado em questões burocráticas, a transferência acabaria por não se concretizar e ambos os jogadores, após negada a Licença de Trabalho, regressariam a casa.
Alguns meses após a experiência no Reino Unido, é sem surpresa alguma que o nome de Wynton Rufer surge na lista de convocados para o Mundial de “nuestros hermanos”. A Nova Zelândia, estreante neste tipo de certames, acabaria por só averbar derrotas. Todavia, e apesar do desaire, a qualidade do jogador não sairia beliscada. Novos convites foram aparecendo e, numa altura em que representava o Miramar Rangers, surge a proposta do FC Zürich. Ora, tendo o seu pai nacionalidade suíça, a permissão para jogar no campeonato helvético seria conseguida com facilidade. Mais uma vez com o irmão como companheiro, Wynton Rufer partiria para nova aventura. Desta feita, e ao contrário da vivência anterior, o avançado tiraria enormes dividendos dessa sua participação. Ainda assim, e sendo considerado pela imprensa desportiva como a “descoberta do ano”, o jogador acabaria por envolver-se numa enorme polémica. Com o clube a querer impedir os irmãos Rufer de representar a selecção, atletas e dirigentes entrariam em rota de colisão. A contenda prolongar-se-ia durante anos a fio e o desfecho, 5 anos após a sua chegada, levaria à rescisão do contrato.
FC Aarau e Grasshoppers, onde, em ambos os casos, teria como treinador Ottmar Hitzfeld, seguir-se-iam na sua carreira e serviriam para alavancar o melhor capítulo da sua vida profissional. Já no Werder Bremen, onde chegaria na temporada de 1989/90, os seus golos ajudá-lo-iam a consagrar-se como um dos mais valiosos avançados a actuar na Europa. Os troféus conseguidos pelo emblema germânico haveriam de colorir o seu currículo. Contudo, a conquista da “Bundesliga” em 1992/93, as 2 Taças da Alemanha (1990/91; 1993/94) e ainda as 2 Supertaças ganhas (1993/94; 1994/95), seriam suplantadas por outra vitória. Com a derradeira partida marcada para o Estádio da “Luz”, os “Die Grün-Weißen” tinham pela frente o Monaco de Rui Barros. Um golo de Klaus Allofs e outro de Wynton Rufer serviriam para resolver a final europeia e a Taça dos Vencedores das Taças de 1991/92 seria entregue ao conjunto alemão.
Já depois de deixar o Werder Bremen, o percurso do avançado passaria por diversos emblemas. JEF United (Japão) e Kaiserslautern precederiam o regresso ao seu país. De volta à Nova Zelândia, assinaria pelo Central United. Pouco tempo depois, decide assumir outras responsabilidades e passa a conciliar o papel de jogador com o de técnico. Nessas novas funções representaria o North Shore e ainda os Auckland Kingz. Destaque também, ele que seria eleito pela FIFA como o melhor futebolista do século XX na Oceânia, para a sua passagem pelo comando da selecção da Papua-Nova Guiné.

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