769 - BILLY McNEILL

Em 1957, contratado à equipa juvenil do Blantyre Victoria, apresenta-se no Celtic aquele que viria ser considerado o maior craque da história da colectividade. Curiosamente, os primeiros anos de Billy McNeill no emblema de Glasgow haveriam de ser muito conturbados.
Mesmo tendo conseguido, logo ao fim de um par de anos, ganhar um lugar no “onze” inicial, a balbúrdia em que o clube vivia, mantinha o jogador afastado da conquista de títulos. Com o seu descontentamento a atingir níveis insuportáveis, chegar-se-ia a falar da sua transferência para o Tottenham. No entanto, com a chegada de Jock Stein ao comando técnico da equipa, o cenário iria alterar-se radicalmente. A partir desse Março de 1965, o Celtic regressaria à senda dos sucessos. A primeira dessas vitórias, com o defesa a fazer o golo que decidiria o desafio, seria a Taça da Escócia de 1964/65. Daí em diante, o currículo de McNeill cresceria exponencialmente e os “The Bhoys”, durante a década seguinte, passariam a dominar o futebol escocês.
A preponderância que o atleta teve nessa ascensão é incontestável. Sendo um central que conseguia, tanto pelo ar ou com a bola no chão, impor-se a qualquer atacante, a sua importância em jogo era fulcral. Ainda assim, não foi só nos aspectos desportivos que Billy McNeill conseguiu destacar-se. Disciplinado tacticamente, era ele também que fazia cumprir a organização dentro de campo. A sua voz de comando, ou a maneira imperial como conduzia os seus companheiros, levá-lo-ia a assumir a braçadeira de capitão. Aliás, seria nessa condição que em Maio de 1967, participaria no maior feito do Celtic. Em Lisboa, no Estádio Nacional, estava marcado o embate entre a equipa escocesa e os italianos do Internazionale. Naquele que era o derradeiro jogo da Taça dos Campeões Europeus de 1966/67, e ao pé das estrelas “Nerazzurri “, a derrota da equipa de Glasgow era mais que certa. Todavia, McNeill era uma grande fonte de inspiração e como o próprio haveria de dizer – “A melhor coisa que tinha a fazer como capitão era mostrar à equipa que nós não tínhamos nada a temer”*. Independentemente do favoritismo do Inter, a verdade é que o Celtic soube agigantar-se. Depois do encontro ter terminado com 2-1, Billy McNeill, já com os seus colegas nos balneários, subiria à tribuna de honra e, das mãos de Américo Thomaz , receberia o almejado troféu.
Voltando ao plano nacional, os títulos ganhos pelo jogador são reflexo de uma época gloriosa. O Celtic, tendo o defesa como um dos principais esteios dessas vitórias, conseguiria conquistar 9 Ligas consecutivas, 7 Taças e 6 Supertaças da Escócia. Para o jogador, tamanho sucesso só poderia resultar em diversas chamadas à equipa do seu país. Nesse campo, a estreia, num desafio frente à Inglaterra, aconteceria em 1961. Nos 10 anos seguintes, a sua presença na formação nacional foi uma constante. Billy McNeill acumularia 29 internacionalizações, faltando-lhe, nesse seu percurso, a participação num dos grandes certames para selecções.
Em 1975, na sequência de mais uma vitória na Taça da Escócia, Billy McNeill é levado em ombros pelos colegas. Esse encontro frente ao Airdrie, marcaria o fim da sua carreira como futebolista. Ora, e já depois de “pendurar as chuteiras”, não tardou muito para que o antigo defesa abraçasse novas funções. Como treinador, a sua vida também haveria de ter imensos sucessos. Após ter começado no Clyde, e de uma curta passagem pelo Aberdeen, o regresso à cidade de Glasgow levá-lo-ia à conquista de novos troféus. Nas duas passagens que teve pelo Celtic, McNeill venceria 4 Ligas, 3 Taças e 1 Supertaça. Destaque ainda para uma mão cheia de épocas nos campeonatos ingleses, durante as quais treinaria o Aston Villa e o Manchester City.

 
*retirado de www.thecelticwiki.com

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