661 - SERGINHO

Era ainda uma criança quando, com os Pequeninos do Jockey, viaja para a Europa. Na Escandinávia, o clube sitiado na zona de São Paulo, participa em vários torneios para jovens. Aí, incrivelmente, o sucesso atingido pela sua equipa é tal, que tudo extravasa o que estaria planeado. No meio do singular prodígio, há um nome que consegue destacar-se ainda um pouco mais. Serginho, com as suas fintas e golos, acabaria por conquistar tudo e todos, tornando-se num verdadeiro fenómeno, até para o fundador do clube, João Guimarães Júnior – “Ele foi o mais badalado da excursão. Driblou todos os «joões» que encontrou pela frente. O seu objectivo foi cumprido, pois saiu do Brasil para jogar bola, e o fez de maneira que só Garrincha fizera em 58. Foi um verdadeiro show-boy”*.
A comparação com o astro “das pernas tortas” não era assim tão descabida, pois, Serginho, de uma forma peculiar, tinha sido transformado numa verdadeira estrela. Tanto assim foi que o Palmeiras, não deixando o jovem atleta terminar a sua formação, levá-lo-ia para as suas escolas. A transferência faria com que a visibilidade do avançado crescesse. Nesse sentido, as convocatórias para a selecção brasileira começariam a aparecer e a transformar-se uma constante da sua vida.
Com a camisola “canarinha”, começa a participar nos principais torneios da FIFA. Ainda antes de passar por Portugal, Serginho disputaria o Mundial S-17, organizado em 1989, pela Escócia. Já em 1991, sem ser uma das principais escolhas do seleccionador Ernesto Paulo (viria a orientar o União da Madeira), o atacante acabaria por dar a sua contribuição na caminhada do Brasil até à final de Lisboa. Com a participação em 3 partidas, o jogador acabaria por ajudar a sua equipa à conquista da medalha de prata.
Mas, como para tantos outros futebolistas, a passagem dos juniores para o nível sénior, acabaria por inverter o sentido da sua evolução. Tanto no Palmeiras, como já no Santos, aquilo que Serginho mostraria em campo distanciar-se-ia muito do que, ainda nas camadas de formação, havia prometido.
Tido apenas como uma solução de derradeiro recurso, isto nos emblemas pelos quais tinha actuado, ao atleta pouco mais restaria do que procurar novo poiso. No intuito de relançar a sua carreira, o avançado liga-se ao São José e, já numa fase seguinte, transfere-se para o América. Sem nada de relevante a registar, a passagem por estes dois últimos clubes serviria apenas de interlúdio para nova etapa na sua carreira profissional.
A aposta, desta feita, passaria por tentar a sua sorte no estrangeiro. É assim que Serginho, na temporada de 1997/98, assina pelo União da Madeira. Ora, o curioso desta sua vinda para Portugal, e esta possível correlação é mera especulação, prende-se com Ernesto Paulo. É que o treinador brasileiro, que, como já referimos, era o seleccionador do Brasil no Mundial S-20 de 1991, havia sido até à época anterior, o responsável técnico pelos insulares.
É já depois de uma ida até à Tunísia, onde, durante uma época jogaria pelo Stade Tunisien, que o futebolista regressa a Portugal. Agora, com o destino norteado para a 1ª divisão, veste as cores do Estrela da Amadora. Mais uma vez, a sua fortuna condena-o ao insucesso. Desta feita, a culpa imputar-se-ia às lesões. As mesmas que, aos 28 anos, acabariam por forçar Serginho Fraldinha, nome pelo qual ficaria popularizado no Brasil, a retirar-se das competições oficiais.


*retirado de http://www.pequeninos.com.br/

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