427 - ESMORIZ

Longe da freguesia do concelho de Ovar, que lhe dá nome, nasceu este jogador. A sua carreira também passou um pouco ao lado dessa mesma localidade, já que foi em Lisboa, terra da sua naturalidade, que o antigo médio cumpriu grande parte do seu percurso enquanto profissional.
Começou no Atlético e no popular emblema do bairro de Alcântara, iniciou a sua actividade desportista como defesa (salvo erro, lateral direito). Foi nestas funções dentro de campo que deixou o Atlético para rumar aos vizinhos, e talvez os seus maiores rivais, do Belenenses. Traição ou não, a verdade é que seria o clube do Restelo a projectá-lo para uma carreira, não digo fulgurante, mas a muitos níveis, bem interessante. Foram os da "cruz de Cristo" que lhe permitiram grande parte das partidas disputadas no nosso mais importante escalão (a saber, mais de 200); foram eles que o fizeram médio centro (posição onde mais se destacou); foi aí que na temporada de 1975/76, a da sua estreia, venceria a Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa; e foi com os "Azuis" que disputou as competições organizadas pela UEFA. Neste campo, o do seu percurso como futebolista, talvez hajam muitas histórias a contar a seu respeito, mas, por certo, essa eliminatória da Taça UEFA (1976/77), contra o Barcelona, é um dos momentos que recordará para sempre. É bem verdade que o Belenenses foi eliminado. Agora, enganem-se aqueles que pensam que o foi sem dar conta de si. Pois é, contra a equipa que contava, entre tantos outras estrelas, com nomes como o de Johan Cruyff e de Neeskens, o Belenenses soube bater-se de igual para igual. O saldo total da contenda foi 5-4, mas para além do empate conseguido em casa (2-2), a equipa "alfacinha" foi a Camp Nou sem qualquer temor, e, espantam-se, só sofreu o golo que decidiria a eliminatória a 3 minutos do fim do tempo regulamentar.
Foi já perto dos 30 anos que surgiu a oportunidade de dar outro passo na sua carreira. O convite surgiu do Sporting e Esmoriz não virou a cara ao desafio que se apresentava. No entanto a concorrência era enorme e o centrocampista raramente teve chance de mostrar os predicados que até ali o tinham levado. Ainda assim, o inglês Malcolm Allison, contratado para a temporada de 1981/82, haveria de o manter no plantel. Quem com ele trabalhou, facilmente compreenderá a opção do técnico, pois Esmoriz era um atleta que, muito para além das suas habilidades técnicas, era muito trabalhador. Foi esse esforço que fez com o treinador lhe desse o prémio de nesse ano, também ele, se juntasse aos nomes que fariam parte do rol de campeões nacionais.
Depois desta vitória, Esmoriz abandonou os "Leões" e deixou também os palcos da Primeira Divisão. Daí em diante vogou pelos escalões secundários onde vestiria as camisolas de Penafiel, União de Leira, Estoril e Cova da Piedade.

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