398 - BASÍLIO

Nascido e criado na "Cidade Berço", seria também na localidade minhota que o viu nascer, mais precisamente no Vitória Sport Clube, que Basílio começaria a sua carreira futebolística. Depois de aí terminar a formação, e de um habitual empréstimo que o levaria até ao Lixa, o defesa vê-se integrado no plantel principal vimaranense, entregue ao treinador brasileiro, René Simões.
Numa temporada bem atribulada lá para os lados de Guimarães, onde, nesse 1986/87, outros dois nomes ainda passaram pelo comando técnico da equipa, a vida de um jovem jogador mantinha a sua dificuldade habitual. Sem grande espaço para se impor do lado esquerdo da defesa, sua posição preferencial, onde morava um Carvalho em grande forma (haveria de se estrear nesse ano pela selecção principal portuguesa), Basílio lá ia tendo as suas (poucas) oportunidades. 

Por coincidência, faz a sua estreia, e ainda por cima a titular, na jornada inaugural do campeonato. Frente aos eternos rivais do Sp.Braga, nesse sempre escaldante "derby" do Minho, os de branco acabam por sair vencedores. No entanto, para o defesa, o resto da época haveria de ser um pouco mais discreta, com o atleta a calçar as botas, pouco mais de uma meia dúzia de vezes.
Claro que a inata vontade de vencer de um jovem, aliado a uma boa capacidade de abnegação, devem ter sido uma preciosa ajuda para que Basílio mantivesse os níveis anímicos elevados. Outra boa ajuda, por certo, veio da presença de uma cara bem conhecida, com quem, por essa altura, partilhava o balneário. Três anos mais velho, o seu irmão Miguel já era um frequentador assíduo (um habitué, portanto!!!), do "onze titular" vimaranense. Igualmente defesa, mas com tendências mais "centristas", tinha na sua impetuosidade uma das suas grandes armas - "Lembro-me que uma vez, estávamos a jogar um torneio na Póvoa, e num lançamento lateral ele deu-me uma cabeçada e eu fiquei aí um mês e meio sem jogar"*. O mais engraçado deste episódio, é que os dois irmãos não estavam, propriamente, em lados diferentes da barricada... jogavam ambos pelo Vitória de Guimarães!!!
Curiosidades à parte, a carreira de Basílio haveria de tomar o rumo normal daqueles que se tornam em jogadores bem alicerçados e, igualmente no seu caso, bem cotado no futebol português. Como estava a dizer, a titularidade haveria de surgir, com uma ou outra intermitência, de uma forma bastante natural e regular. Isso proporcionou-lhe ser um dos que, em 1988, ajudou a levantar o primeiro troféu oficial do Vitória de Guimarães, a Supertaça Cândido de Oliveira. Tudo isto, dar-lhe-ia, aliado também às 11 temporadas em que vestiu com orgulho a camisola branca do seu clube de sempre, um estatuto especial entre a exigente massa adepta. E por isso, não foi de estranhar que, passados alguns anos sobre a sua estreia, a Basílio fosse dado o prémio de poder envergar a braçadeira de capitão de equipa.
A sua ligação com o Vitória terminaria, já após ter perdido o estatuto de indiscutível, no defeso de 1997. De partida para o Alentejo, onde representaria o Campomaiorense, Basílio já avistava o fim da sua carreira como profissional dentro dos relvados. Depois ainda de vestir a camisola do Famalicão, decide-se pelo "pendurar das chuteiras", contudo, sem nunca perder a paixão pela modalidade.
Ligado novamente ao seu clube do coração, Basílio haveria de começar a sua vida como treinador. Habitualmente no papel de adjunto (excepção feitas a algumas incursões na liderança, como interino), é agora um dos ajudantes de Manuel Machado, que já conhecia do D. Afonso Henriques, no corpo técnico da equipa principal do Nacional da Madeira.


* retirado do artigo de Luís Pedro Ferreira, em TVI 24.

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