397 - FABIANO

Depois da estreia no Botafogo e da passagem pelo Cruzeiro, Fabiano sagra-se, pelo São José, campeão do "estadual" de São Paulo. Com o título conquistado, o médio com tendências ofensivas, começa a ser "namorado" por clubes da Europa. É verdade que aquele que se afigurava como o principal candidato, não era o melhor partido de todos. No entanto, mesmo sendo um dos emblemas que, habitualmente, apenas lutava pela permanência, o Celta de Vigo, não deixava de ser um dos participantes numa das melhores ligas do "Velho Continente". Isso só, fez com que a proposta fosse suficientemente tentadora, para que Fabiano deixasse o seu país e fizesse as malas, rumando à Galiza.
No entanto, a adaptação do brasileiro não seria nada fácil. Por um lado estavam os problemas pessoais, resultantes da morte recente do seu pai; por outro, os desportivos, onde o Celta não estava a conseguir cumprir os objectivos mínimos a que se propunha - "Não me correu nada bem, o meu pai tinha falecido e tive que deixar a minha mãe sozinha no Brasil; a equipa não avançava e passaram vários treinadores, desde Novoa até Maguregui, o que fez com que me custasse bastante adaptar-me ao futebol espanhol".
Depois da despromoção dessa temporada de 1989/90, o Celta e Fabiano pareciam estar a conseguir voltar encontrar o rumo certo. O clube, ao ficar em primeiro lugar na Segunda Divisão de 1991/92, consegue, novamente, garantir o seu lugar no patamar maior do futebol espanhol. Para Fabiano também tudo parecia correr bem, com uma proposta de renovação de contrato a ser apresentada pela direcção dos galegos. No entanto, para o jogador o desfecho acabaria por ser diferente do esperado - "Eu queria ficar. Falei com Salvador González [vice-presidente] e chegámos a um acordo para renovar por três temporadas. Mas logo o presidente [Núñez] me disse para esperar umas semanas e, mais tarde, que no final da temporada decidiria. Núñez tinha faltado à sua palavra e eu disse-lhe que não iria esperar até Junho."
Depois deste episódio, Fabiano decide assinar pelo Compostela. Durante as 10 temporadas em que representaria o emblema de Santiago (fez um intervalo em 2002, onde voltaria a vestir a camisola do Botafogo), o médio tornar-se-ia num dos seus maiores símbolos. Subiria à Primeira Liga; viveria, nessa divisão, os melhores anos da história do clube; e, com a maneira inteligente como, em cada desafio, fazia passar pelos seus pés todo o jogo da equipa, transformou-se num dos favoritos da massa adepta.
A ligação entre Fabiano e o Compostela, numa altura em que a colectividade galega já atravessava uma grave crise financeira, duraria até 2002/03. O passo seguinte, e, por conseguinte, o derradeiro na sua carreira como futebolista, dá-lo-ia ao serviço do Racing Ferrol.
Claro está que o "bichinho" pela modalidade, não morre de um momento para o outro. Continuando ligado ao futebol, Fabiano haveria de começar a sua actividade de treinador, a qual, anos mais tarde (2009/10), haveria de o pôr de novo, desta vez como responsável máximo técnico pela equipa, no rumo do Compostela.
Desde 2011/12, faz parte da equipa técnica do Estoril-Praia. É, como adjunto de Marco Silva, uma dos principais ajudas, e por que não dizê-lo, responsável também, nas boas campanhas que o emblema da Linha de Cascais tem feito nos últimos anos. Nomeadamente, a subida à Primeira Liga e, mais recentemente, a qualificação para as provas europeias.

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