387 - LEWIS

Tendo o seu pai sido jogador de futebol, Leonson Lewis, desde tenra idade, começou a ter contacto com a modalidade. As idas regulares ao estádio para a assistir às partidas ou a ajuda dada para arrumar o saco com o equipamento do progenitor, foram acalentando ao jovem o sonho de um dia seguir as pegadas daquele que foi o seu primeiro ídolo.
Curiosamente, Lewis iniciou a carreira como guarda-redes, mas a insistência do pai para que passasse a jogador de campo, levou-o a optar pelo sector mais ofensivo. Já como avançado, caracterizado por ser um atleta possante e veloz, depressa começou a dar nas vistas, naquele que era o universo futebolístico trinitário-tobagense de meados dos anos de 1980. Esse destaque, resultado de uma rápida evolução, levou-o, nos primeiros anos da caminhada competitiva, à selecção nacional e o momento serviria para materializar um dos seus desejos de menino – "Enquanto jovem jogador, lembro-me que havia noites em que rezava na minha cama: «Senhor, se eu pudesse jogar pela equipa nacional, eu porto-me bem. Deixa-me jogar pela equipa nacional»"*.
O segundo grande passo na sua carreira aconteceu quando Russell Latapy, nome bem conhecido do futebol luso, aconselhou os responsáveis do Portmore United, a contratá-lo. Depois do emblema jamaicano, os dois colegas voltaram a trabalhar juntos, mas, dessa feita, já bem longe das Caraíbas, mais precisamente na Académica de Coimbra. O engraçado é que o objectivo inicial era apenas o de contratar um dos atletas. Porém, com propósito de confirmar as qualidades do jogador aludido no começo deste parágrafo, os homens à frente da “Briosa” pediriam para ver alguns vídeos do médio. É nessa altura que reparam noutro elemento, logo avaliado como de imenso potencial. Novo pedido é então feito e a proposta saída da “Cidade dos Estudantes” passaria a contemplar a transferência de ambos os futebolistas.
Com a chegada a Coimbra a acontecer na temporada de 1990/91, Lewis iniciaria uma senda a mantê-lo em Portugal durante 13 temporadas consecutivas. Nesse longo período, o atleta teve a oportunidade de envergar as camisolas de diversos emblemas como a da já mencionada Académica, a do Felgueiras, a do Boavista, a do Desportivo de Chaves, a do Estrela da Amadora e finalmente a do União de Lamas. No entanto, pelo meio de tantas colectividades, o destaque maior vivê-lo-ia ao serviço das “Panteras” e com um dos mais importantes troféus ganhos na sua carreira, isto é, a Taça de Portugal de 1996/97.
Após o termo da campanha de 2001/02, com o subsequente regresso ao país natal e de, com as cores do W-Connection Football Club, ter decidido por um ponto final na carreira de desportista, Lewis veio a abraçar novas funções no futebol, começando a treinar as camadas jovens do clube onde tinha “pendurado as chuteiras”.

*retirado da entrevista conduzida por Nigel “Tallman” Myers, publicada a 08/01/2007, em www.socawarriors.net

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