371 - ANDRÉ CRUZ

Tendo despontado no Ponte Preta, as suas exibições, a pautarem-no como um defesa elegante e com uma técnica acima do normal, levá-lo-iam à selecção brasileira. Ao percorrer todos os escalões de formação do "Escrete", o primeiro grande evento em que participaria, um ano após a sua promoção a sénior, seriam os Jogos Olímpicos de 1988. Ao lado de Aloísio, outro grande central com passagem pelo futebol português, André Cruz e os seus companheiros, no certame organizado na cidade sul-coreana de Seul, não iriam além da Medalha de Prata. Contudo, no ano seguinte, o defesa conseguiria erguer o troféu de vencedor da Copa América. Esse, no entanto, seria o único título ganho pelo seu país, isto porque, nos outros grandes torneios em que viria a participar - Copa América de 1995; Mundial de 1998 - o Brasil voltaria a repetir a segunda posição.
A nível de clubes, André Cruz cedo despertaria a cobiça de emblemas de maior monta. Nesse sentido, se o salto para o Flamengo não terá espantado muita gente, já a rapidez com que o jogador transitaria do emblema “carioca” para o futebol europeu, tornar-se-ia numa pequena surpresa. De malas aviadas para a Bélgica, apenas poucos meses após ser contratado pelo “Mengão”, a mudança para o plantel de 1990/91 do Standard Liège não traria ao jogador, ao contrário do aspecto financeiro, grande acréscimo a nível desportivo. No entanto, essa experiência serviria de montra, e também de seguro, para que de outros campeonatos quisessem nele apostar.
O passo seguinte, na temporada de 1994/95, dá-lo-ia ao serviço do Napoli que, longe de outros tempos e de outras ambições, ainda assim era presença assídua nas competições de índole continental. Com a carreira em franco crescimento, 3 temporadas após a chegada a Itália, André Cruz transitaria para o “gigante” AC Milan. A mudança, finalmente daria ao defesa internacional brasileiro a oportunidade de representar uma equipa com a ambição de conquistar títulos e a vitória na edição de 1998/99 da Serie A enriqueceria o currículo pessoal do atleta com o "Scudetto".
O segundo troféu de campeão nacional consegui-lo-ia já em Portugal. Com uma utilização abaixo do esperado, e depois de alguns empréstimos que levariam o jogador a regressar ao Standard Liège e a representar o Torino, o defesa, com 31 anos de idade, acabaria por deixar o AC Milan, para reforçar o sector mais recuado do Sporting. Nessa janela de transferências do “Mercado de Inverno” de 1999/00, os "Leões" arriscariam forte na luta pelos lugares cimeiros da tabela classificativa. Outras transferências, como a do belga Mbo Mpenza ou a de César Prates, indicariam isso mesmo. Tal como para os seus referidos colegas, a aposta na contratação do internacional “canarinho”, com o central rapidamente a ganhar um lugar no centro da defesa “verde e branca”, renderia verdadeiros frutos e ajudaria de forma inequívoca a quebrar, nesse fim de época, o jejum “leonino” de 18 anos sem vencer o Campeonato Nacional.
Com uma idade na qual já não são esperadas grandes correrias, mas com as suas exibições, de certo modo, a contrariarem a idade, André Cruz, com os livres-directos a servirem como a "cereja no topo do bolo", manter-se-ia, nos dois anos seguintes, como um dos principais elementos do plantel sportinguista. Depois de, ainda pelos “Leões”, vencer a Supertaça de 2000/01 e de ter ajudado à “dobradinha” na campanha seguinte, a ligação do defesa ao emblema de Alvalade conheceria o fim. De seguida, o jogador regressaria ao país natal, onde, após representar o Goiás e o Internacional de Porto Alegre, poria, em 2004, um ponto final na carreira de futebolista profissional.

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