370 - ALOÍSIO

Produto das escolas do Internacional de Porto Alegre, Aloísio Pires Alves também deveria a sua formação às chamadas aos escalões jovens da selecção brasileira. Com a "Canarinha", o primeiro sucesso surgiria com a vitória na edição de 1983 do Mundial sub-20, disputado no México. Outro êxito viria com a participação do “Escrete” nos Jogos Olímpicos de 1988, organizados na cidade sul-coreana de Seul e de onde o Brasil sairia após conquistar a Medalha de Prata.
A evoluir, as participações nos torneios acima referidos, consagrariam Aloísio como uma das maiores promessas a actuar no eixo central do sector mais recuado. Com um sentido posicional de excepção, o jogador, ao aliar essa característica a uma superior mestria no que toca ao desarme dos adversários, passaria a ser aferido como um bom intérprete. Com tão bons predicados, seria sem grande surpresa que os "gigantes" do futebol europeu começariam a ver nele uma boa aposta. Nessa senda crescente, o passo seguinte dá-lo-ia, na temporada de 1988/89, na Catalunha. Contudo, o FC Barcelona acabaria por não ser o destino de sonho que o atleta, à partida, estaria a supor e sem o espaço pretendido para sublinhar as suas qualidades, o defesa jogaria um pouco menos do que o esperado.
Apesar de ter adicionado ao seu currículo, na primeira temporada com os “Blaugrana”, a vitória na Taça dos Vencedores das Taças, as suas expectativas enquanto atleta fá-lo-iam almejar outros projectos - "depois de dois anos no Barcelona tinha a oportunidade de dar continuidade à minha carreira e ganhar títulos. Costumo dizer que não me arrependo de ter tomado essa decisão"*. Como é fácil de adivinhar, a opção por si seguida ganharia corpo com a mudança para Portugal e há que concordar com a resolução do defesa, pois a transferência para o FC Porto viria a alterar, de forma positiva, a sua caminhada desportiva.
Onze temporadas cumpridas entre 1990/91 e 2000/01, fariam dele um dos históricos, não só do emblema da "Cidade Invicta", como de todo o futebol português. Durante esse período, Aloísio pouco mais faria do que juntar títulos ao palmarés pessoal. Com 19 troféus no currículo enquanto atleta do FC Porto, tal número ainda hoje mantem o defesa-central como o estrangeiro com mais provas conquistadas no cenário futebolístico luso. Claro que há outros dados a justificarem o tempo a mantê-lo como uma das principais escolhas no seio do plantel “azul e branco” e, por consequência, o estatuto auferido no grupo de trabalho. Nesse campo, há a frisar a constância de partidas jogadas por época, que fariam dele o nome mais utilizado durante os legendários anos do "Penta", ou mística transmitida aos companheiros de balneário e a consequente posse da braçadeira de capitão.
Depois de "pendurar as botas", Aloísio abraçaria a carreira de técnico que, ora como adjunto da equipa principal, ora como treinador-principal da equipa "b", viria a mantê-lo durante mais 5 temporadas ao serviço do FC Porto. Após essas primeiras experiências nos "bancos" e da passagem, para acompanhar o seu grande amigo Jorge Costa, pelo Sporting de Braga, Aloísio regressaria ao país natal para, na função de dirigente, assinar pelo Porto Alegre FC. Seria também com funções directivas que, em 2012, regressaria ao Norte de Portugal, mas dessa feita à cidade de Barcelos e para representar o Gil Vicente.

*retirado do artigo publicado por Ricardo Vara, a 22/08/2011, em http://paixaopeloporto.blogspot.com

Sem comentários: