290 - FONSECA

Nascido em Moçambique, seria já na margem sul do Rio Tejo, mais precisamente na campanha de 1990/91, que Fonseca disputaria as primeiras partidas nos escalões profissionais. No entanto, o Barreirense, emblema onde tinha terminado a formação, por razão das questões financeiras que teimavam em agudizar-se, começaria a entrar no mais penoso calvário da sua história, fazendo com que a época de estreia do defesa no patamar sénior acabasse com o clube no último lugar da divisão de Honra.
Apesar de vetado para a 2ª divisão “b”, o atleta continuaria a crescer. A estatura alta permitia-lhe intersectar grande parte das bolas pelo ar; a maneira aguerrida com que aparecia dentro de campo fazia dele um central de marcação temido; e nem mesmo alguma lentidão evitaria que outros emblemas começassem a ver nele um bom partido. Passadas algumas temporadas, quando já parecia esquecido, o FC Porto apostaria na sua contratação. Porém, no meio de tantos craques, a mudança para as Antas traria inúmeras dificuldades ao defesa e Fonseca acabaria por começar esse Campeonato Nacional de 1995/96 emprestado ao Leça, tendo, na equipa sediada do Concelho de Matosinhos, feito a estreia na 1ª Divisão.
No ano seguinte voltaria a rumar a Sul, dessa feita ao Belenenses. Numa temporada onde nem sempre seria a escolha prioritária para o eixo da defesa, destacar-se-ia o episódio do primeiro golo concretizado pelo defesa, no escalão máximo do futebol luso. Na 17ª jornada, em mais um “derby alfacinha” entre o Benfica e o Belenenses, o encontro marcado para o Estádio da Luz teria como previsão uma tarefa difícil para os homens do Restelo. No entanto, com as “Águias” há muito moribundas, o remate certeiro conseguido por Fonseca, logo aos 6 minutos da partida, desferiria um impiedoso golpe nas ambições dos “Encarnados”. Muito para além do lance por si concretizado, o qual seria fulcral na vitória dos “Azuis” por 1-2, o central faria uma exibição tremenda e, ao anular por completo os avançados benfiquistas, acabaria por ser eleito o Melhor Jogador em campo.
Já na temporada de 1997/98, a passagem de um ano pelo Marítimo, onde ainda estaria por empréstimo do FC Porto, serviria para sublinhar as suas qualidades enquanto futebolista. Aferido como um dos bons defesas a actuar em Portugal, o passo seguinte dá-lo-ia no Vitória Sport Clube. Curiosamente, em sentido contrário ao esperado, Paulo Fonseca não conseguiria afirmar-se em Guimarães. Para além de uma forte concorrência, uma série de lesões acabariam por prejudicar a evolução do jogador e ao fim de 2 épocas, com pouco mais de uma mão cheia de partidas disputadas, a partida tornar-se-ia no único cenário possível.
Com a entrada nos “Tricolores” a acontecer na campanha de 2000/01, seria também no Estrela da Amadora que, após cumprir 5 anos temporadas, acabaria por pôr termo à sua carreira de futebolista. Imediatamente, ao aproveitar a oportunidade concedida pelo emblema da Linha de Sintra, começaria a vida de técnico, orientando as camadas jovens do clube. Nas tarefas de treinador, com um trajecto feito nas pelejas das divisões inferiores, os bons resultados, como prova o 3º posto conseguido, no ano transacto, ao serviço do Desportivo das Aves, têm sido uma constante. Ao comando do Paços de Ferreira essa regra tem vindo a manter-se. Para já, ocupa a metade cimeira da tabela classificativa e as exibições agradáveis dos "Castores" começam a prometer tornar a equipa orientada por si, numa das boas surpresas de 2012/13.

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