289 - SÉRGIO CONCEIÇÃO

Ao terminar a formação no FC Porto, os 3 primeiros anos como sénior acabaria por passá-los em sucessivos empréstimos. Depois de representar o Penafiel, o Leça e de ter feito a estreia na 1ª Divisão ao serviço do Felgueiras comandado por Jorge Jesus, Sérgio Conceição, finalmente, regressaria ao emblema que, uns anos antes, tinha ido buscar o extremo às camadas jovens da Académica de Coimbra. Perante os adeptos portistas, confirmaria a razão pela qual era considerado uma das maiores promessas para o ataque "azul e branco". Rápido, com uma técnica apuradíssima, um passe certeiro, centros mortíferos e, acima de tudo, uma atitude batalhadora e incapaz de deixá-lo desistir de bola alguma, o atleta rapidamente conquistaria um lugar no "onze" de António Oliveira e, pouco tempo depois, passaria a ser aferido como um dos grandes craques dos “Azuis e Brancos”.
Com o FC Porto a atravessar uma das mais prolíferas fases da história, os inolvidáveis anos do “penta”, Sérgio Conceição também começaria a amealhar títulos para o palmarés pessoal. Assim sendo, dois anos bastariam para que conseguisse ganhar, para além de 1 Taça de Portugal e de 1 Supertaça, 2 Campeonatos Nacionais. Com as vitórias, as provas portuguesas deixariam de estar nos horizontes do atleta e o chamamento vindo do “Calcio” faria com que o extremo passasse a envergar a camisola azul-celeste da Lazio. Já em Roma, viveria os anos mais pródigos da vida como futebolista, onde, a juntar às vitórias internas – 1 "Scudetto", 2 Taças e 1 Supertaça – teria ainda um papel preponderante nas conquistas da Taça dos Vencedores das Taças de 1998/99 e da Supertaça Europeia do ano seguinte.
Nessa aventura italiana, a grande surpresa surgiria no Verão de 2000. O jogador, depois de um excelente Europeu de selecções, onde, com um “hat-trick”, arrasaria por completo a equipa nacional germânica, ver-se-ia envolvido no negócio da transferência de Hernán Crespo, mudando-se para o Parma. Sem desprimor para a sua qualidade como jogador, que manteria, a partir dessa altura, a carreira de Sérgio Conceição tornar-se-ia numa autentica roda-viva. Mudaria 6 vezes de camisola, incluindo os breves regressos à Lazio e ao FC Porto; trocaria por 4 vezes de país, mas nem sempre com o resultado esperado. Claro que nem tudo foram desilusões. Destacar-se-iam a aposta que o Inter de Milão fez em si e a passagem pelos belgas do Standard Liège onde, em 2005, acabaria eleito como o Melhor Jogador do Ano e onde só não seria mais feliz por razão de uma camisola atirada a um árbitro e a correspondente suspensão de vários meses!
Posto um ponto final na vida dentro dos relvados, Sérgio Conceição decidiria manter-se ligado à modalidade. As suas novas funções no PAOK, emblema onde “pendurou as botas”, passariam a ser as de Director-Desportivo. Contudo, o seu sonho levá-lo-ia para mais de perto das emoções de uma partida de futebol e, para tal, nada melhor do que dar início às “artes” de treinador.
É, neste momento e desde meio da temporada passada, o técnico-principal do Olhanense. Depois de uma pré-época muito atribulada, com Sérgio Conceição a ameaçar demitir-se por razão dos diversos desentendimentos com a direcção em relação à falta de contratações, a prestação da equipa também não tem ajudado a que a contenda fique sanada. Para já, a posição abaixo da “linha de água” não faz prever um cenário idílico. Vamos esperar e ver se o treinador, à imagem daquilo que fez quando tomou conta do plantel, consegue arrebitar os jogadores e vogar de uma forma bem mais tranquila, pelo muito que ainda resta da Liga Zon-Sagres 2012/13.

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