276 - VIDIGAL

Nascido e criado no seio de uma família onde maior parte dos irmãos, mais velhos e mais novos, são ou foram profissionais de futebol, o jovem José Luís também não fugiu a tal destino.
Natural de Angola, de onde saiu ainda muito novo, foi no “O Elvas” CAD, popular emblema da cidade alentejana onde cresceu, que Vidigal deu os primeiros pontapés na bola. Ao começar a carreira num clube outrora primodivisionário, mas que, na altura em que o jogador subiu aos seniores, militava na 2ª divisão “b”, a visibilidade a que teve direito não foi, com certeza, a maior. Contudo, o convite para integrar um plantel profissional acabou por surgir pela mão do treinador Carlos Manuel e o jovem jogador, em 1994/95, fez a estreia na divisão de Honra, ao serviço do Estoril Praia.
No clube da Linha de Cascais, a sua vontade lutadora, a maneira incansável como corria atrás dos adversários e um poder físico invejável, rapidamente puseram o atleta debaixo dos olhares dos maiores emblemas do futebol português. A primeira prova do seu valor veio com a chamada à selecção de "esperanças" para, logo de seguida, surgir o interesse do Sporting. Em Alvalade a partir de 1995/96, da mesma maneira como conseguiu impor-se na equipa, Vidigal conquistou a estima de associados e adeptos. É certo que, de início, teve de aguentar os normais paralelismos feitos com o capitão Oceano. Porém, a garra com que, desde as primeiras chamadas a jogo, entrou em campo, facilitou-lhe a vida e longe de qualquer comparação, o jogador, com toda a justiça, transformou-se num dos elementos icónicos do plantel “verde e branco”.
A sua melhor temporada e a que, indubitavelmente, catapultou Vidigal para o estrelato foi também a sua derradeira campanha de “verde e branco”. Em 1999/00, com Augusto Inácio no comando técnico leonino, o Sporting, 18 anos depois da última vitória, voltou a ganhar o Campeonato Nacional. Para o atleta, a conquista com os “Leões” não foi o único grande momento da época. Para o médio, que até já tinha estado em Atlanta a participar nos Jogos Olímpicos de 1996, a referida campanha deu-lhe também a estreia na principal “equipa das quinas” e, alguns meses depois, trouxe-lhe, pela mão do seleccionador Humberto Coelho, a convocatória para a fase final do Euro 2000.
De seguida vieram o período no “Calcio”. Entre o Napoli, o Livorno e a Udinese, ao serviço da qual ajudou a eliminar o Sporting num “play-off” de acesso à “Champions”, o médio-defensivo passou 8 anos em Itália. Apesar de estar numa das ligas mais competitivas da Europa, Vidigal manteve em mente um possível regresso a Alvalade. A verdade é que tal desejo nunca chegou a concretizar-se e impossibilitado de voltar aos “Leões”, o regresso a Portugal fez-se pela mão do Estrela da Amadora que, na temporada de 2008/09, tinha como treinador-principal o seu irmão mais velho, Lito Vidigal.

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