259 - TIAGO

Ao falarmos na relação entre Sporting Clube de Portugal e Sporting Clube Lourinhanense, por este último ter sido, durante alguns anos, emblema “satélite” do primeiro, o que vem logo à cabeça é a cedência de jogadores da equipa lisboeta ao emblema do Oeste. No entanto, houve nomes a quebrar essa regra, fazendo o caminho inverso. Foi assim que Tiago, aos 20 anos, chegou a Alvalade, encetando uma aliança de 17 anos que, ao invés de ter terminado no final desta época de 2011/12, apenas assumiu outros contornos.
É verdade, a vida de praticante de futebol profissional para Tiago, chegou mesmo ao fim. Ainda assim, a paixão do recém-reformado guarda-redes pelos "Verde e Branco" é grande demais para que pudesse ser interrompida de forma brusca. Foi isso que a direcção do Sporting também facilmente constatou. O prémio pela enorme entrega aos “Leões” é mais do que merecido, e desse modo, o antigo guardião passa a ser agora o treinador dos juniores para a posição a que sempre se dedicou.
Pelo meio, a contar com o interregno de dois anos em que esteve “emprestado” ao Estrela da Amadora, ficam as tais 17 temporadas. Foi mesmo por estar ao serviço da colectividade da Linha de Sintra, que não conseguiu sagrar-se campeão em 2000. Já passados dois anos, o cenário foi diferente, e ao partilhar a baliza com Nélson, Tiago transformou-se num dos pilares da "dobradinha", juntando, desse modo, a conquista do Campeonato Nacional à da Taça de Portugal. Aliás, 2002 teve para o guarda-redes um sabor especial. É que para além dos títulos vencidos, foi em Janeiro desse ano que, pela única vez na sua carreira, teve o prazer de ver o seu nome associado à convocatória de uma das selecções seniores portuguesas, a equipa "B".
Apesar de poucas terem sido as vezes em que, daí em diante, a titularidade foi posta nas mãos de Tiago, a sua preponderância no seio plantel foi sempre incontestável. Só assim é justificada a longevidade do seu percurso de "Leão" ao peito, e acima de tudo, o facto de ter feito parte do lote dos capitães leoninos. É certo que o peso desta união não cresceu num sentido só. Para o antigo atleta esse laço também se revestiu de importância vital para a sua vida – "O Sporting deu-me tudo. Deu-me vida, experiências novas, hipótese de fazer outras coisas, de viajar. Venho de uma família humilde e, sinceramente, se não fosse o Sporting, não sei onde estava"*.

*retirado do artigo publicado em https://maisfutebol.iol.pt, a 25/06/2012

Sem comentários: