210 - ERIC TINKLER

Era praticamente um desconhecido quando, em 1990 e vindo dos "Estudantes" do Bidvest Wits, chegou a Portugal para representar o União de Tomar. Apesar de não ter um grande currículo no mundo futebolístico, o risco de trocar o emblema sul-africano, primodivisionário, por um que jogava na 2ª divisão “b”, era bem representativo da vontade de Eric Tinkler em jogar na Europa. Mais do que ninguém, o jogador conhecia a sua força, a capacidade que tinha para vencer e subir na carreira. Desse modo, 2 épocas passadas no nosso 3º patamar foram suficientes para que a faceta lutadora e poder físico do médio chamassem à atenção de emblemas de maior prestígio.
A ligação que, de seguida, formou com o Vitória Futebol Clube pareceu perfeita. Por um lado, os “Sadinos” ganharam um verdadeiro "pulmão" no centro do terreno. Já Eric, com a chegada a Setúbal, passou a ter uma maior visibilidade em termos internacionais. Com a referida união a dar frutos, o primeiro grande prémio veio em 1994, aquando da chamada do jogador à equipa nacional da África do Sul. No seguimento dessa estreia, já como um elemento nuclear dos "Bafana Bafana", chegou a edição de 1996 da CAN. A titular, ajudou a selecção a galgar etapas no torneio. Sem sair do “onze”, disputou a final esgrimida em Johannesburg e, como pilar do sucesso alcançado, contribuiu para a primeira vitória do seu país no referido certame.
 Após a passagem de um ano pelos italianos do Cagliari e a representar o Barnsley, repetiu, em 2000 e 2002, a participação na Taça das Nações Africanas. Mas voltando atrás, à senda clubística, há que ter em conta que a experiência na Sardenha resultou numa despromoção da equipa para a Serie B. Também a estreia em terras britânicas teve idêntica sorte, com o emblema inglês a terminar a temporada de 1997/98 como um dos nomes relegado ao escalão secundário. Dessa feita, mesmo com a descida, Eric Tinkler acompanhou o grupo e continuou a desempenhar um papel importante no seio do plantel. Porém, a tal preponderância acabou afectada, quando lesões graves, primeiro uma hérnia e depois uma ao nível da tíbia e joelho, afastaram o médio dos relvados, por longos períodos de tempo.
Apesar de recuperado, a direcção do Barnsley achou que a condição física de Eric não oferecia segurança e que não era suficiente para dar continuidade a um dos contratos mais dispendiosos para o clube. Com a dispensa, o centrocampista voltou a jogar em Portugal. O Caldas, entre a temporada de 2002/03 e a de campanha de 2004/05, acabou como a colectividade escolhida para antecipar o derradeiro passo como atleta. O fim da carreira de futebolista foi dado em 2007 e depois de, 2 anos antes, ter regressado ao clube onde tinha dados os primeiros passos como sénior.
Hoje em dia, é ainda no Bidvest Wits que Eric passa os dias, mas agora em outras funções, a de treinador-adjunto.

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