85 - RONALDO

Em pequeno sonhava jogar no Flamengo, mas o custo do bilhete de autocarro, fez com que escolhesse um clube mais perto de casa. Optou pelo São Cristóvão e aí deu os primeiros passos. Porém, de Belo Horizonte surgiu uma nova oportunidade. Já no Cruzeiro terminou a sua formação e deu início à carreira profissional.
Logo aos 16 anos, considerado um fora de série, já mostrava os seus dotes no plantel principal. Foi durante uma digressão pela Europa, numa exibição de encher o olho, que, como sénior, marcou o primeiro golo. Onde? Espante-se! No Estádio do Restelo, num particular contra "Os Belenenses"!
As suas exibições durante a referida digressão, fizeram com que outros emblemas começassem logo a cobiçá-lo. Após ter sido recusada uma proposta do Inter de Milão, Ronaldo disputou o seu primeiro “Brasileirão”, no qual, em 14 partidas, marcou 12 golos. Todavia, o melhor estava para vir. Após a presença no Mundial de 1994, onde foi campeão, uma oferta de 6 milhões de dólares pôs Ronaldo na Europa.  No PSV Eindhoven de 1994/95, com 30 golos, sagrou-se no Melhor Marcador do Campeonato. Mas apesar do sucesso, o afastamento devido a lesão e uma zanga com o treinador, fez com que Ronaldo forçasse a saída do clube holandês.
Apareceu, então, o Barcelona, que levou o avançado para o Camp Nou. Na Catalunha, ao prémio atribuído pela FIFA, como o Melhor Jogador do Mundo de 1996, juntou o "Pichichi", galardão dado ao goleador máximo da "La Liga". Com tentos que ainda hoje estão na memória de todos, como um contra o Compostela em que, por entre puxões e rasteiras, conseguiu correr metade do campo e passar por mais de meia equipa galega, Ronaldo tornou-se numa lenda.
Na sua primeira época em Espanha, o Barcelona não conseguiu sagrar-se campeão. Ainda assim, nada fazia adivinhar que Ronaldo saísse. Foi o que aconteceu quando o Inter, ao pagar a cláusula de rescisão, aliciou o atleta com um contrato tão bom quanto aquele que já tinha pedido à direcção do clube catalão e que viu recusado. Em Itália as coisas começaram por correr bem. No ano de arranque, conseguiu ser o Melhor Marcador da “Serie A” e ganhar a Taça UEFA. O pior veio a seguir e as graves lesões levaram a pensar que a sua carreira estava em risco. A recuperação foi longa e complicada, mas quando, em 2002, no Mundial da Coreia e do Japão, aliou a vitória no torneio ao título de goleador máximo, soube-se que o jogador estava de volta. Fechou o ano com “chave d'ouro” e venceu, pela terceira vez, o prémio de Jogador do Ano da FIFA.
Depois da consagração no Campeonato do Mundo, a vida de Ronaldo virou-se, novamente, para Espanha. No Real Madrid, naqueles que, atrevo-me a dizer, foram os melhores anos da sua carreira, conquistou, muito à custa das suas arrancadas explosivas, uma série de títulos. Amealhou 2 “La Ligas”, 1 Supertaça e 1 Taça Intercontinental.
Mas os “Merengues”, sob a alçada de Florentino Perez, atravessavam a era dos "Galácticos". Durante essa época, à custa de contratações sonantes, o clube conseguiu brilhantes resultados financeiros, ficando os desportivos um pouco aquém. Com o desmantelamento progressivo da equipa de estrelas, Ronaldo viu-se, mais uma vez, a caminho do futebol italiano. Em Milão a sua passagem foi pouco proveitosa. A segunda experiência na Lombardia serviu apenas para revelar que o seu aumento de peso, devia-se a um problema de hipotireoidismo. Acabou o tempo de serviço no AC Milan novamente lesionado e sem ver o contrato renovado.
Ronaldo, na sua conhecida persistência, nunca desistiu. Contra todos os que davam o avançado como acabado, recuperou das mazelas e, já no Brasil, voltou aos relvados. Agora, é vê-lo com a camisola do Corinthians e com a mesma alegria de sempre. Quem quiser, pode ainda ver em campo porque é que este carioca ficou conhecido como "O Fenómeno"!

84 - MARADONA

Quando um amigo seu, ao ser aceite no Argentinos Juniors, disse que conhecia um jogador melhor do que ele, o treinador quis vê-lo. A surpresa foi tal que os responsáveis do clube fizeram questão de acompanhá-lo até casa. Queriam confirmar a veracidade da idade nos seus documentos. Era verdade! Diego tinha apenas 9 anos!
Os dirigentes do Argentinos Juniores não tiveram grandes dificuldades para convencer os seus pais. Em pouco tempo, o menino tornou-se numa estrela. Com 11 anos apenas, por razão das suas habilidades, era chamado para animar programas televisivos. Aos 15 anos já jogava pela equipa principal e, até 1981, nunca mais de lá saiu.
Na selecção, a sua estreia foi igualmente precoce. Ainda hoje é o mais novo de sempre a vestir a camisola da Argentina. Tinha 16 anos quando Maradona foi chamado por César Menotti, para um jogo frente à Hungria. Em 1981 realizou outro sonho de menino e começou a jogar pelo clube do seu coração, o Boca Juniores. Deixou o Argentinos Juniors sem qualquer campeonato vencido, mas com 2 vitórias na lista dos Melhores Marcadores. No "La Bombonera" ganhou, finalmente, o seu primeiro campeonato argentino. Nisso, e com a sua fama a florescer desmesuradamente, o anseio dos adeptos em vê-lo ao vivo cresceu em paralelo. Para dar vazão à progressiva procura, e com os olhos postos nas receitas de bilheteira, a solução encontrada acabou por ser a organização de vários encontros particulares.
Com o futebol de Maradona a crescer cada vez mais, um ano após a sua chegada, o Boca Juniors não resistiu à investida do Barcelona. Sem conseguirem contornar a situação, os directores do emblema de Buenos Aires aceitaram a proposta de 7 milhões de dólares, à altura recorde mundial, feita pelo emblema catalão. Pouco tempo antes do Campeonato do Mundo de 1982, ficou acertada a sua transferência para Espanha. Na Catalunha foi recebido como o “Salvador”. Os adeptos viam no craque argentino, o jogador capaz de tirar os "blau-grana" do jejum que se perpetuava desde 1974. Contudo, a passagem de Maradona por Camp Nou transformou-se numa verdadeira montanha-russa. Feita de altos e baixos, a sua primeira experiência na “La Liga” acabou marcada por doenças, lesões graves, cenas de pancadaria e, também, pelos títulos conquistados.
O azar começou logo na época da sua chegada, quando uma hepatite, durante 3 meses, afastou o avançado dos relvados. Outros 3 meses foi o tempo que demorou a curar um tornozelo partido, após uma entrada de Andoni Goikoetxea, jogador do Athletic Bilbao. Por fim, o episódio vivido na final da Taça do Rey de 1984. Mais uma vez, frente ao já referido emblema basco, Maradona viu-se envolvido em desacatos e acabou castigado por mais 3 meses.
Após dois anos de contrato e porque a relação com a direcção não era das melhores, aceitou, dessa feita, ir para o Napoli. Não saiu de mãos abanar. Levou na bagagem, para além de mais um contrato milionário, 1 Campeonato, 1 Taça e 1 Supertaça espanhola. Em Itália, Maradona encontrou um clube que, apesar de ter uma história de respeito e uma enorme ambição, não tinha um poderio condizente com a qualidade desportiva do avançado. Porém, até isso estava prestes a mudar. Nos anos 7 anos seguintes, clube e atleta conquistaram 2 Campeonatos, 1 Taça, 1 Supertaça de Itália e, ainda, 1 Taça UEFA.
Pelo meio disputaram-se, em 1986 e 1990, os Mundiais do México e de Itália. No primeiro, como foi unanimemente reconhecido, levou a sua selecção às costas e na final, depois de derrotar a República Federal Alemã, tornou-se campeão. No segundo também chegou à derradeira partida do certame. Mas ao contrário do que tinha acontecido 4 anos antes, e lavado em lágrimas, viu o troféu ser entregue à selecção germânica. Curiosamente, Maradona também soube jogar fora das quatro-linhas. Em 1990, aquando do jogo da meia-final frente à “Squadra Azzurra”, dirigiu-se aos adeptos napolitanos e pediu-lhes que apoiassem a Argentina – "Durante trezentos e sessenta e quatro dias do ano, vocês são considerados pelo resto do país como estrangeiros e, hoje, têm de fazer o que eles querem, torcendo pela selecção italiana. Eu, por outro lado, sou napolitano durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano"*.
Um dos maiores escândalos da sua carreira estava ainda por rebentar. Após um jogo do Campeonato italiano, um controlo anti-doping deu positivo para cocaína; o castigo: 15 meses de suspensão. Voltou aos relvados já em Espanha e ao serviço do Sevilla. A união só durou 1 temporada, pois para além dos resultados desportivos medianos, Maradona, depois de descobrir que os dirigentes do clube andaluz tinham contratado detectives para o seguir nas suas saídas nocturnas, arreliou-se.
Regressou à Argentina para representar o Newell's Old Boys, mas a sua má forma era evidente e uma série de lesões levaram o clube, ao fim de 4 partidas, a rescindir com o jogador. Maradona conseguiu recuperar a tempo de ser chamado para o Mundial de 1994. Nos Estados Unidos da América, o seu regresso criou grandes espectativas. A aposta do seleccionador Alfio Basile, com o atacante a começar o torneio com grandes exibições, pareceu resultar em cheio. Porém, ainda durante o certame, o avançado voltou a ser apanhado nas malhas do “doping” e, sem o incentivo de “El Pibe”, a Argentina acabou por claudicar nos oitavos-de-final.
Depois do novo escândalo relacionado com o uso de substâncias proibidas, Maradona decidiu-se pelo fim da carreira de futebolista. Primeiro abraçou a vida de dirigente no Textil Mandiyú, para, de seguida, encetar uma caminhada como treinador do Racing Avellaneda. Pouco tempo passou fora do rectângulo de jogo. Não resistiu a um convite do Boca Juniors para calçar as chuteiras e, durante pouco mais de 30 jogos, voltou a deliciar os seus fãs.
Muitas foram as suas jogadas que, de tão brilhantes, ainda hoje são recordadas. Porém, houve uma que, de tão excepcional, resultou naquele que foi considerado pela FIFA, como o golo do século. Marcado no Mundial de 1986 frente à Inglaterra, é impossível ver a arrancada de Diego Armando Maradona sem sentir calafrios. Arrepiado ficou também o comentador argentino Víctor Hugo Morales que, nos festejos do golo, gritou: “quiero llorar... Dios Santo, viva el fútbol"**.

*retirado de https://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Maradona
**retirado de https://www.youtube.com/watch?v=1wVho3I0NtU

83 - RUI COSTA

Foi na época de 1990/91 que, por empréstimo do Benfica aos minhotos do Fafe, fez a estreia como sénior. Foi também dessa temporada, uma das imagens mais marcantes que guardo enquanto adepto de futebol. Aquele “penalty” que, após 120 minutos de sofrimento, vi rematado na minha direcção, fez-me saltar de alegria. Maior teria sido o júbilo, se o 1,40m que tinha por essa altura, não tivesse impedido, no meio dos pulos da multidão, de ver Rui Costa a festejar o Campeonato do Mundo de sub-20, pendurado nas redes da bancada, mesmo à minha frente!
Os verdadeiros génios constroem-se dessas imagens fortes; constroem-se como os mais brilhantes pedaços do firmamento. Deve ter sido essa luz que Eusébio viu num treino de captação do Benfica. O “Pantera Negra” acercou-se de Rui Costa e disse-lhe – "Miúdo, para ti já chega. Diz-me quem é o teu pai para falar com ele"*. O catraio, apadrinhado por um dos mais cintilantes astros do futebol mundial, cresceu com a “Águia” ao peito. Passados alguns anos, já em 1994, sagrou-se campeão pelos “Encarnados” e, logo ali, soube-se que Rui Costa era dono de outros voos.
Se a partida, mesmo antes de concretizada, já deixa saudades, o regresso enche-se dessas mesmas paixões. Foi assim nessa noite de Verão, quando, no antigo Estádio “da Luz”, o pródigo menino voltou a casa. Coberto pelo violeta da Fiorentina, marcou um golo à sua antiga equipa. Os normais festejos deram lugar às mãos escondendo o choro que cobria a sua face. De pé, o público em ovação, como um beijo que tenta secar as lágrimas de um rosto, mostrou quanta paixão existia entre eles e o jogador.
Rui Costa, o eterno benfiquista, jogava em Itália. A aposta no clube de Florença nunca correu como esperado. O ambicioso projecto dos dirigentes “viola” não deu mais do que 2 Taças e 1 Supertaça italiana. Contudo, a fama de grande condutor foi crescendo, ao ponto do AC Milan começar a ver nele alguém com capacidades para guiar todo o manancial futebolístico “rossoneri”. Para ambos os lados, foi uma bela escolha e os 5 anos de ligação entre o jogador e o emblema, resultaram numa boa serie de troféus, dos quais podemos nomear 1 "Scudetto", 1 Supertaça Europeia e 1 Liga dos Campeões.
Aproximavam-se os últimos tempos de chuteiras calçadas. Como tinha prometido, Rui Costa voltou para terminar a sua carreira, onde a tinha começado e de onde nunca tinha chegado a partir o seu coração. Mais uma vez, o público da “Luz” exaltou a magistralidade dos seus passes precisos, vibrou com as suas jogadas, com a maneira certa de liderar o jogo. Dois anos após o regresso ao Benfica, o fim chegou. Chegou o fim de uma carreira de sucessos, onde só faltou o Campeonato Europeu de selecções, perdido em 2004, naquele que sempre foi o seu Estádio.
Todos os adeptos de futebol, principalmente aqueles que, como eu, viram nele um ídolo, guardarão Rui Costa na memória. Talvez venham a recordá-lo como um homem de princípios que nunca abdicou da sua modéstia. Talvez, por isso, nunca tenha pedido grandes homenagens. Talvez, também por isso, nunca tenha exigido o reconhecimento que merecia! No entanto, aqui fica o meu sincero – Muito obrigado, MAESTRO!

* retirado do artigo publicado em https://fatelasdofutebol.wordpress.com, a 25/05/2008

82 - FUTRE

Emergiu bem cedo para o sucesso. Tinha apenas 17 anos quando em 1983, após várias épocas nos escalões de formação leoninos, conseguiu estrear-se com a camisola sénior do Sporting. Foi "Sol de pouca dura"! Após 1 ano de exibições bem acima do projectado, exigiu à direcção uma melhoria do seu contrato. Viu recusada a sua pretensão e, num negócio que envolveu a ida de Jaime Pacheco e António Sousa para Alvalade, transferiu-se para o FC Porto.
Na “Cidade Invicta”, o seu futebol explodiu! É verdade, o seu génio era feito disso mesmo, de explosões. Rápido, corria a ala-esquerda do ataque e driblava quem aparecesse à sua frente. Foi assim que, naquela noite do "Prater", correu para o título máximo de clubes na Europa; foi assim que, com a ajuda dos colegas de ataque, Madjer e Juary, destroçou a defesa do Bayern Munique. A Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1987, foi o derradeiro título ao serviço dos “Dragões”. Foi esse troféu que, ao fim de 3 anos de “azul e branco”, lançou o extremo para o estrelato. Infelizmente e, porque não dizê-lo, injustamente, esse seria o único grande troféu da sua carreira. No Atlético de Madrid, para onde foi de seguida, não conseguiu mais do que 2 Taças do Rei. Para compensar, ganhou cada vez mais fãs e conquistou a admiração de Homens que ainda hoje por ele têm um enorme carinho.
Após um desentendimento com Gil y Gil, à altura o Presidente dos "Colchoneros", regressou a Portugal e ao Benfica de Jorge de Brito. Mas aquilo que chegou a parecer ser o "tempo das vacas gordas", não foi mais do que o prólogo para a derrocada financeira do clube. Saiu da "Luz" passados alguns meses e com 1 Taça de Portugal no palmarés.
Pouco tempo depois da sua mágica exibição no Estádio do Jamor, Paulo Futre transferiu-se para o Marseille, onde também só permaneceu alguns meses. Estava a aproximar-se, cedo demais, o ocaso atacante. A sua ida para a Reggiana, foi vista como uma nova oportunidade para, num dos campeonatos europeus mais disputados, relançar a sua carreira. Contudo, uma lesão num joelho e um recobro longuíssimo, deram cabo desse horizonte.
Após a recuperação, ainda conseguiu transferir-se para o AC Milan. A passagem pelo emblema da Lombardia, serviu para confirmar que o fim da sua carreira estava próximo. Jogaria apenas uma partida na Serie A. Presença que serviu para poder levantar o "Scudetto". Depois, tentou a sua sorte no West Ham; regressou, talvez à procura do brilho de antigamente, ao Atlético Madrid. Mas o fulgor já tinha desaparecido e, em 1998, nos japoneses do Yokohama Flügels, acabou por "pendurar as botas".

81- FIGO

Pertence à segunda leva da "Geração de Ouro" do futebol português. Luís Figo fez parte do grupo que, em 1991, conseguiu, no calor da cidade de Lisboa, sagrar-se Campeão do Mundo de sub-20. Foi nessa tarde quente de Junho, que o universo do futebol confirmou o extremo como um atleta de cheio de qualidades e com uma enorme vontade de vencer.
Por altura da vitória no Campeonato do Mundo realizado em Portugal, já tinham passado 2 anos sobre a estreia sénior, daquele miúdo que, um dia, chegou do "Pastilhas" da Cova da Piedade para o Sporting. Foi em 1989 que Figo vestiu pela primeira vez a principal camisola leonina. Pouco venceu enquanto o fez. E apesar de, apenas, ter ganho 1 Taça de Portugal e 1 Supertaça, conseguiu que os grandes emblemas da Europa não tirassem o olho de cima si. Começaram a surgir os convites, cada um mais proveitoso que o outro, e foi nessa euforia que o jovem atleta, talvez mal aconselhado, assinou, em simultâneo, pelo Parma e pela Juventus. Como consequência, ambos os contractos foram revogados e, como castigo, o atacante viu-se impedido de jogar em Itália por 2 anos.
A situação da transferência ficou resolvida após uma proposta do FC Barcelona. A ligação ao novo clube pôs fim a 6 anos de “Leão” ao peito e iniciou um ciclo de 5 épocas na capital da Catalunha. Aqui começou a acostumar-se aos troféus. Ganhou, entre outras coisas, 2 Campeonatos, 1 Supertaça Europeia e, ainda sob a égide de Sir Bobby Robson, que já tinha treinado Figo no Sporting, 1 Taça das Taças.
Já era considerado um “Rei” em Barcelona, quando, no Verão de 2000, o Real Madrid acciona a cláusula de rescisão e por cerca de €60 milhões contrata-o. O reboliço foi enorme, reacendendo-se a cada visita do português a Camp Nou. Ora com cartazes de inscrições pejorativas, em que "pesetero" era a mais suave das ofensas; ora nos objectos arremessados para dentro campo, como a “famosa” cabeça de porco, Figo teve sempre asseguradas as "boas-vindas"! Polémicas à parte, foi em Madrid que Figo viveu a sua melhor temporada. A nível colectivo, ganhou mais 2 “La Ligas”, mais 2 Supertaças espanholas, venceu a Liga dos Campeões, a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes. Já em termos individuais, para além do "Ballon d'Or" da "France Football", conseguiu ser o primeiro futebolista português a vencer o prémio de Melhor Jogador do Mundo da FIFA.
Já com 33 anos e findo o contrato com o clube madrileno, Figo assinou pelo Inter. Mais uma vez o sucesso perseguiu-o e, entre os vários títulos conquistados, destacam-se os 4 “scudettos” ganhos, que corresponderam às 4 épocas em que o internacional português jogou em Itália.
Em 2009 terminaram 20 anos de uma carreira em que, com ele, todos nós corremos a sua ala direita. Todos nós, nem que durante um instante fosse, corremos naquele crescer de esperança que acompanhavam as suas avançadas. E tal como os versos que se seguem, oferecidos a Figo por Manuel Alegre, as suas jogadas eram feitas de poesia!

"Pelos campos do mundo senha e signo
ele não desiste e nunca repete
e em cada rua é um menino
de camisola número sete.
Pelos campos do mundo seu nome é quem nos diz
ele corre e finta e dribla e com seus pés
pelos campos do mundo escreve o seu destino.
Por isso diz-se Figo e é um país
com ele o sonho é português."

80 - REDONDO

Um dia, Fernando Redondo explicou o porquê do seu sítio em campo – “Sou trinco porque é a melhor posição. Ali cruzam-se todos os caminhos. Se Cristo tivesse jogado futebol escolheria esse lugar”*. Com tais declarações, talvez quisesse esclarecer os que diziam que, ao jogar naquele ponto, estava a ser desperdiçado um atleta de grande habilidade técnica. A verdade é que, avaliações à parte, foram muitos, e ilustres, os que reconheceram no médio formado no Argentinos Juniors, habilidades excepcionais. Sir Alex Ferguson foi um dos seus admiradores. Depois de uma partida dos quartos-de-final da “Champions”, na qual uma assistência de Redondo ajudou à eliminação do Manchester United, o treinador chegou a interrogar-se – "O que é que este jogador tem nas suas botas, um íman?"**.
Elegante, era o jogo de Redondo. Palavra atípica para um jogador da sua posição. Porém, a maneira como, sem abusar de força física, roubava o esférico aos adversários, serviu de sustento a essa avaliação. Melhor ainda, e sensata aferição da sua graciosidade, era a mestria do seu pé esquerdo e a maneira como, com ele, conseguia colocar a bola nos seus colegas.
Essas imagens acabaram por cativar os dirigentes do Tenerife. Em 1990, antes da "Lei Bosman" entrar em vigor, os responsáveis pelo emblema das Canárias haveriam de tomar a decisão de preencher uma das vagas para estrangeiros, com o jovem de 21 anos descoberto na Argentina. Foi Valdano, também ele originário do referido país sul-americano, que treinou o médio no emblema insular. Em 1994, aquando da ida do técnico para o Real Madrid, foi também ele que pediu a sua contratação. Logo no ano de estreia, Redondo ajudaria os “Merengues” a conquistar a “La Liga”. Repetiu a vitória mais uma vez, mas o maior destaque foi para outra prova. Venceu por 3 vezes a “Champions”. Na última, para além do título colectivo, saiu da prova como o Melhor Jogador da competição.
Sofredor, como o Cristo de que falou, Redondo teve também o seu calvário. As lesões atormentaram-no. E se no Real Madrid foi fustigado, no AC Milan as mazelas revelaram-se devastadoras. Nos 4 anos em que esteve em Itália quase não jogou. Consciente de que a sua contratação tinha sido desastrosa, antes de pôr termo ao contrato, quis, numa forma de ressarcir o clube, devolver a casa que tinha sido oferecida pelo emblema milanês, aquando da sua chegada.
Sim, ter convicções rectas também era a sua marca. Foram essas ideias, inabaláveis, que o fizeram recusar um lugar nos Mundiais de 1990 e 1998. No primeiro, apesar de muito terem sido especulados os desacordos entre o jogador e o seleccionador Carlos Bilardo, Redondo desculpou-se, dizendo que não podia interromper os estudos para estar presente no certame. Já no segundo Campeonato do Mundo, foi peremptória a sua opinião em relação às ideias de Passarella - "Eu estava em grande forma. Mas ele tinha ideias muito particulares sobre disciplina e queria-me com o meu cabelo curto. Eu não vi o que é que isso tinha a ver com jogar futebol, então, eu disse que não outra vez"***.

*retirado do artigo de “neumannigor”, publicado em https://futebolarena.wordpress.com, a 25/03/2009
**retirado do artigo publicado em https://justanothermadridista.wordpress.com, a 06/09/2008
***retirado do artigo publicado em https://en.wikipedia.org/wiki/Fernando_Redondo

79 - BARESI

Foi um homem de um clube só. Curiosamente, tempos antes de ingressar no AC Milan, influenciado pelo seu irmão Giuseppe, Franco Baresi foi fazer testes aos rivais do Inter. Foi-lhe recusada a entrada nas camadas jovens. O seu físico, contrário ao pretendido para um defesa, não impressionou. A verdade é que o seu 1,76m provou ser mais do que suficiente para conseguir impor-se como um dos maiores centrais de todos os tempos. A falta de altura compensou-a com a astucia, com uma "supersónica" leitura do jogo, com um tempo de entrada à bola perfeito – "Eu acho que o meu ponto forte nunca foi o físico. Eu era um jogador bastante rápido, mas acima de tudo, eu era rápido aqui, na cabeça. Foi isso que me ajudou muito"*.
Uma personalidade forte ajudou também a que, com apenas 22 anos, e numa altura em que o AC Milan tinha sido relegado à “Serie B”, aceitasse a responsabilidade de envergar a braçadeira de capitão. À sua volta, o emblema milanês voltou a erguer-se. Voltou a erguer-se não para acompanhar de perto os vencedores, mas para voltar a derrotá-los. Foi esse espírito de luta que garantiu a Franco Baresi a conquista de 6 "Scudettos", 2 Taças Intercontinentais, 3 Supertaças Europeias e, ainda, de 3 Taças dos Clubes Campeões Europeus.
Apesar das 81 internacionalizações, talvez tenha faltado à carreira de Baresi uma passagem pela selecção um pouco mais premiada. Contudo, e mesmo não tendo entrado em campo, pode orgulhar-se de ter feito parte do grupo que, em Espanha, conquistou o Mundial de 1982. Em 1994 voltou a chegar a uma final. No desempate por grandes penalidades, foi um atletas italianos dos que, ao falhar a marcação, acabou por dar o título ao Brasil – "foi uma enorme desilusão, porque para mim era a última oportunidade”*.

*retirado do artigo de James Richardson, publicado em www.fourfourtwo.com, a 01/11/2009

78 - BECKENBAUER

É, possivelmente, o único jogador eleito no nosso "Dream-Team", que maior parte dos votantes desta iniciativa nunca viu jogar. Talvez não pareça de grande relevância tal constatação. Contudo, ao reflectirmos bem, esse facto é o espelho da sua fama; é o espelho de uma história mantida ao longo de várias gerações de adeptos. Bem podemos dizê-lo: Franz Beckenbauer não foi um jogador qualquer.
Ainda adolescente decidiu abandonar a prática do ténis, trocando-a pelo futebol. Consigo, arrastaria para as camadas de formação do Bayern Munique, um dos seus companheiros de "court", Sepp Maier. Terá sido mesmo Beckenbauer que sugeriu ao amigo, tendo em conta que o seu jeito com os pés não era muito, a posição de guarda-redes.
Mas por altura da sua chegada à colectividade bávara, a popularidade do clube era pequena. Em 1965, quando Beckenbauer foi chamado à equipa principal, a dimensão do Bayern Munique resumia-se, praticamente, a um longínquo campeonato conquistado em 1932. Contudo, essa realidade estava perto de terminar. Logo na temporada de estreia do defesa, a postura direita, a capacidade cirúrgica para desarmar os adversários sem cometer falta, ou uma visão de jogo que permitia passes de importância vital, fizeram dele uma verdadeira revelação. Tal foi o destaque conseguido, que, em 1966, foi convocado ao Campeonato do Mundo.
É verdade que o Bayern Munique já tinha ganho algumas Taças da RFA. Porém, foi na época a seguir ao Mundial inglês que começaram a aparecer os títulos mais importantes. Beckenbauer, como uma das figuras centrais do clube, ajudou a vencer o primeiro título continental do emblema alemão, a Taça dos Vencedores das Taças de 1967. Já os Campeonatos Nacionais demoraram um pouco mais a aparecer. Em 1969, numa espécie de premonição para a exuberância do tricampeonato ganho entre 1972 e 1974, chegou à carreira do jogador a primeira vitória na “Bundesliga”. Paralelamente a esses feitos, veio também a tripla vitória na Taça dos Clubes Campeões Europeus, dessa feita entre 1974 e 1976.
O Bayern era, por essa altura, uma das melhores equipas do mundo. Não era por acaso! A acompanhar a ascensão do defesa-central, tinha-se erguido uma das mais brilhantes gerações do futebol alemão. Do emblema bávaro sairiam jogadores como o já referido Meier, Gerd Müller, Schwarzenbeck, Paul Breitner e Uli Hoeneß, atletas que seriam a grande alavanca, não só da época dourada do clube de Munique, como também dos troféus erguidos pela selecção da RFA, no Europeu de 72 e no Mundial de 74.
Tal como muitas estrelas em final da carreira, Beckenbauer, depois de deixar o futebol alemão em 1977, viajou para a América e juntou-se ao New York Cosmos. Nos Estados Unidos sagrou-se, novamente, tricampeão. Porém, a NASL, tirando o mediatismo e o dinheiro, tinha pouca credibilidade competitiva. Com os olhos postos numa possível convocatória para o Mundial de Espanha, o defesa decidiu regressar à Alemanha, para jogar no Hamburg. Ainda foi campeão em 1982. No entanto, aquela que era a sua maior pretensão, saiu gorada, pois o seu nome não apareceu na lista dos eleitos para o Campeonato do Mundo.
Há destinos aos quais não podemos virar as costas e Beckenbauer ainda tinha muitas etapas a cumprir no futebol. Depois de, no regresso ao Cosmos, terminar a sua carreira de futebolista, o antigo defesa regressou à modalidade já no papel de treinador. Como técnico do Bayern de Munique, na década de 90, ganhou uma “Bundesliga” e uma Taça UEFA. Contudo, foi a guiar a "Mannschaft" que, uns anos antes atingiu a apogeu. Com a selecção alemã chegou à primeira final de um Mundial, no México 86. Perdeu-a para a Argentina de Maradona. Já em 1990 conseguiu, novamente frente à equipa sul-americana, um lugar na derradeira partida do Mundial. Dessa feita não desperdiçou a oportunidade e conquistou o título de Campeão do Mundo, dando mais uma prova de que é bem merecido o epíteto de "Kaiser", o Imperador.

77 - ROBERTO CARLOS

Quem, alguma vez, conseguirá apagar da memória esta “pequena locomotiva”? Será certamente difícil, esquecer todo aquele vaivém de corridas, ora ala esquerda acima, ora ala-esquerda abaixo e nunca desistindo de um lance. Pois, é isso que é Roberto Carlos: um jogador incansável que sabe, como ninguém, aliar essa sua vontade enorme, a uma velocidade estonteante e a um pontapé potentíssimo.
Se as suas características físicas, desde o começo, proporcionaram algum protagonismo às suas exibições, a técnica também ajudou o jogador destacar-se dos demais. Cedo conseguiu revelar-se e, com isso, mereceu a primeira chamada à selecção brasileira, quando ainda jogava no modesto União de São João. Em abono da verdade, Roberto Carlos sempre mostrou muito futebol. Aos 22 anos, depois de ser bicampeão brasileiro pelo Palmeiras, o atleta foi abordado pelo Inter. Não deixou escapar a oportunidade, e mudou-se para Itália. Logo no jogo de estreia, revelou uma das suas melhores habilidades. A quase 30 metros da baliza concretizou em golo a marcação de um livre-directo e, alimentando uma das suas imagens de marca, selou a vitória por 1-0 frente ao Vicenza.
Um ano passou e apesar de bem encaminhado em Milão, não conseguiu resistir ao apelo do Real Madrid. Roberto Carlos fez novamente as malas e rumou à capital espanhola. Dessa vez, ficou durante 11 anos consecutivos, durante os quais, para além de quebrar o recorde de Alfredo di Stéfano, como o jogador estrangeiro com mais jogos pelo clube, ganhou tudo o que um jogador pode almejar. Foi durante o período em que jogou pelos "Merengues", que ganhou todos os troféus europeus presentes no seu currículo e, também, todos os títulos pelo seu país. Assim, e para juntar à Copa América de 1997 e 1999, à Taça das Confederações de 1997 e, ainda, ao Campeonato do Mundo de 2002, que, na Coreia do Sul e no Japão, ganhou sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o defesa conseguiu juntar ao seu palmarés 3 "Champions", 2 Taças Intercontinentais, 1 Supertaça Europeia, 4 Ligas espanholas e 3 Supertaças de Espanha.
A efemeridade no futebol, como é sabido, é uma regra. Ainda assim, é sempre difícil aceitar quando o fim das coisas boas toma contornos de crueldade. Ora, uma distracção de Roberto Carlos num jogo da "Champions" contra o Bayern de Munique, resultou no golo mais rápido de sempre da competição e na consequente eliminação do Real Madrid. Apesar de uma história de sucessos e de ter sempre mostrado uma consistência inabalável, a verdade é que o lance não foi perdoado pelos adeptos. Torrentes de críticas caíram sobre o jogador e, alguns dias depois, o atleta anunciou que não renovaria o seu contrato. Continuou até ao final da época, a dar sua contribuição para a equipa e, já numa das últimas partidas do campeonato, marcou o golo que selou mais uma vitória na “La Liga”.
Com 34 anos, e ainda muito pretendido, assinou, por dois anos, com turcos do Fenerbahçe. Em Istambul foi recebido em ambiente apoteótico, com milhares de fãs a ovacioná-lo. Findo o referido contrato e após tantos anos afastado do seu país natal, decidiu voltar. Regressou atraído por um dos mais anunciados e ambiciosos projectos do "Brasileirão". Juntou-se ao seu antigo colega Ronaldo, num Corinthians que, este ano, mais uma vez, deixou escapar o título de campeão.

76 - ZANETTI

Uma das coisas que mais impressiona é a sua longevidade como jogador. Claro que terão havido muitos futebolistas cuja carreira durou muito, mas que não fizeram mais do que arrastar-se até à exaustão. Assim sendo, devo emendar! O que mais impressiona é a sua longevidade como jogador de qualidade!
Penso que é um daqueles atletas que, por mais esforço que faça, nunca conseguirá jogar mal! Seja na direita, no centro ou na esquerda; seja na defesa ou no meio campo, as suas exibições são de grande qualidade. Sim, a excepcional polivalência é mais uma das suas características.
Javier Zanetti é um daqueles jogadores que qualquer treinador sonha ter na sua equipa. Apesar de não ser um executante de grande exuberância, é tacticamente perfeito e, principalmente, é de uma entrega sem qualquer mácula. Na paixão que apresenta em todos os desafios, aliada a uma disciplina exemplar (o seu último vermelho foi há mais de 10 anos), a sua presença alicerça-o como um verdadeiro líder.
Está em Milão, onde fez praticamente toda a sua carreira. Chegou a Itália em 1995, vindo da Argentina. No seu país natal, como sénior, jogou apenas durante três épocas: uma no Talleres RE e duas, as que precederam a sua vinda para a Europa, no Banfield. Apesar da sua primeira internacionalização ter sido conseguida quando ainda jogava no seu país, grande parte da notoriedade e títulos ganhos, foram conquistados no “Calcio” e ao serviço do Inter. Aí ganhou quase tudo. Venceu a Taça UEFA em 1998, conquistou Taças e Supertaças Italianas, adicionou ao seu currículo o "Penta" na Série, e, já sob o comando de José Mourinho, triunfou na Liga dos Campeões.
Curiosamente, a final da “Champions” coincidiu com o seu 700º jogo com a camisola do Inter. Continua esta temporada, com 37 anos, a ser um dos jogadores com mais presenças em campo. Nessa caminhada está à beira do recorde de 758 partidas, de Giuseppe Bergomi. Com tanta participação, arrisca-se a ficar na história como o futebolista mais utilizado pelo emblema "Neri Azzurri".

75 - SCHMEICHEL

Se olharmos com atenção para a carreira de certos jogadores, independentemente do seu talento, dá a sensação que estes têm um certo jeito para talismã. Sem querer entrar por caminhos esotéricos, Peter Schmeichel sempre pareceu ter esse perfil. A prova é que ficou para sempre associado a momentos únicos, como a vitória da Dinamarca no Euro 92, o regresso à ribalta do Manchester United, ou o primeiro título de campeão do Sporting em 18 anos!
É verdade, foi bem pródiga em títulos a carreira do "gigante" dinamarquês. E se os cinco primeiros anos como sénior, passados ao serviço do Gladsaxe-Hero e do Hvidovre, não foram disso exemplo, já a sua chegada ao Brondby coincidiu com a conquista do seu primeiro Campeonato. Desse modo, não é errado dizer que foi o sucesso no emblema dos subúrbios de Copenhaga, onde nas competições europeias chegou às meias-finais da Taça UEFA, que fez com que Sir Alex Ferguson visse nele aquilo que, mais tarde, viria a classificar como o "negócio do século". Teve pontaria, pois Schmeichel tornou-se no Manchester United da década de 90, num dos grandes esteios, ajudando, por exemplo, à conquista de 5 Ligas inglesas ou à vitória na Supertaça Europeia, na Liga dos Campeões e no Mundial de Clubes.
Terá sido o cansaço causado pelo ritmo alucinante do calendário futebolístico inglês, com jogos de três em três dias, que fez com que Schmeichel decidisse tirar umas "férias" em Portugal. Escolheu o tranquilo Sporting. No entanto, acabou por ter azar no intento de descansar, pois, ao sagrar-se campeão na primeira temporada, fez com que a época seguinte fosse de regresso à roda-viva da “Champions”.
Mas o seu contrato com o clube leonino era só de dois anos. Ao fim desse termo, ainda pensou em aposentar-se. Porém, não resistiu ao apelo do Aston Villa e regressou a Inglaterra. Cumpriu na equipa de Birmingham, 1 época e outra ainda no Manchester City. Ainda assim, a idade começou a pesar e, depois de algumas lesões, a dificuldade em regressar à boa forma física, pesaram na decisão de pôr fim à sua carreira.
Ficarão para sempre na memória dos adeptos, as "manchas" que atemorizavam os avançados, os golos marcados nas investidas às áreas adversárias, ou, dando jus à expressão "no melhor pano caí a nódoa", o "embalar de frangos" bem gordinhos!
E se algumas falhas são também foram os seus retratos, a grande história da carreira deste guarda-redes será, para sempre, ilustrada com a fotografia do sucesso.

DREAM TEAM

Em primeiro lugar quero deixar um grande bem haja a todos aqueles que nos acompanham e, como seria de esperar, em especial, a todos os que deram a sua preciosa colaboração para que esta iniciativa fosse um sucesso. 
A revelação está feita e o resultado das vossas escolhas está na foto acima. Surpreendeu-vos? Foi bastante interessante ir acompanhando o evoluir das votações. Se houve posições em que um jogador - casos de Roberto Carlos ou Maradona - conseguiu revelar-se, desde cedo, como o eleito, houve outras, como a de lateral-direito, que, até ao último momento, foram verdadeiras incógnitas.
Falta só desvendar o pódio desta votação, correspondendo este aos jogadores com maior número de votos. Assim: 1º Roberto Carlos; 2º Figo; 3º Maradona.
Mais uma vez, o meu muito obrigado, pela eleição deste nosso "DREAM TEAM".