27 - DIEGO SOUZA

Os seus inícios de época eram sempre a mesma coisa: nas partidas de preparação, espalhava a sua classe pelos “gramados”; depois, ou jogava apenas algumas partidas oficiais ou era logo recambiado para o Brasil.
Tal e qual como qualquer chavão, mais uma vez o Benfica fez partir um belo executante. Este jogador, feito pelo Fluminense e com uma bela carreira nas selecções de formação do “Escrete”, não teve outro remédio senão mostrar, noutras paragens, o seu real valor. Tem andando, quase sempre com boas prestações, pelos grandes do Brasileirão. Flamengo, Grêmio de Porto Alegre, Palmeiras e Atlético Mineiro fazem parte desse seu trajecto. A par dos bons desempenhos, também alguma polémica. A sua saída do Palestra Itália, não foi a mais bonita, incluindo trocas de insultos com a claque do emblema de São Paulo, a Mancha Alviverde.
Outra prova da emergência da sua carreira, foi a chamada à “Canarinha”. Depois de ter surgido na Fase de Apuramento para o Mundial, o resultado demorou pouco a surgir e Diego Souza voltou a ser cobiçado por emblemas europeus.

26 - BOLATTI

Para encerrar o capítulo deste mês, vou dar-vos mais dois bons exemplos de como temos feito asneiras e ainda bem fresquinhas.
Deste jovem formado pelo Belgrano, se atendermos apenas à sua passagem pelo FC Porto, não há muito a dizer. E se disser que, neste momento é uma das estrelas da Fiorentina e que foi chamado por Diego Maradona, ao Mundial da África do Sul? Talvez pensem que não falo do mesmo jogador! Não deve ser o mesmo, de certeza! Pois, em abono da verdade, nos 3 anos que esteve ligado ao emblema da “Cidade Invicta”, este Argentino não mereceu a confiança dos treinadores. Assim sendo, porque é que viria agora a revelar-se um craque?
A discrição com que passou por Portugal é mais um mistério do nosso futebol. Porém, aquilo que vinha a mostrar nas selecções jovens argentinas, ao parece, não terá sido suficiente para que nele apostassem um pouco mais. O mais estranho ainda é que, para os lados do Dragão, esse tipo de dispensas não nada comum, sendo mesmo um dos clubes que melhor sabe gerir os seus recursos humanos.
Foi, então, necessário o “empréstimo” ao Huracan, para que as duvidas se dissipassem. Bolatti, nesse regresso à Argentina, foi considerado o melhor jogador da edição de 2009 do Torneio de Clausura". Na sequência dessa boa campanha e tendo recusado o regresso a Portugal, foi tentar a sua sorte no "Calccio". Vamos a ver o que futuro poderá trazer ao jogador!

25 - MARCELO

Poderão muitos estranhar esta escolha para "Mal Aproveitado". Pois bem, assumo-a como pessoal. É que Marcelo foi para mim, um daqueles pontas-de-lança que possuía o que mais gosto de ver num jogador da sua posição. Marcelo possuía coragem, espontaneidade e a alegria em rematar!
Fruto das escolas da Académica, onde esteve nos primeiros anos de sénior, jogou ainda no Sertanense, Feirense, Gil Vicente e Tirsense. Já em Santo Tirso, resultado de uma época bem acima do esperado para o conjunto "Jesuíta", Marcelo, e outros dos seus companheiros, começaram a ser cobiçados por clubes com outra ambição. O ponta-de-lança acabaria por ser contratado pelo Benfica. Porém, e ao fim de um ano, tal como tantos outros que por lá passaram nessa altura, acabaria dispensado.
Mas este filho de emigrantes portugueses, nascido no Brasil, não teve azar só no Benfica. Para a selecção portuguesa, António Oliveira, ao que parece, nunca chegou a pôr a hipótese de considerá-lo como elegível. Para o antigo seleccionador, o jogador era "estrangeiro" e nem o facto de ter vindo para Portugal ainda menino, fez com que o treinador mudasse de ideias. A incongruência disso tudo é que jogadores como Dimas ou Petit, que, filhos da diáspora, nasceram também fora de Portugal, foram por ele chamados à equipa nacional!
Continuando… Marcelo, saído da "Luz", acabaria por ter uma passagem de um ano pelos espanhóis do  Alavés. De seguida rumou a Inglaterra, onde, em clubes como o Sheffield Utd, Birmingham ou Walsall, jogaria mais de 150 jogos na liga e marcaria cerca de 50 golos. Depois da aventura britânica, regressaria a Coimbra, para na "Briosa" fazer as suas últimas duas épocas.
Ah, já quase ficava esquecido!!! O tal avançado que, no final da campanha de 1995/96, não serviu mais para o Benfica, na única temporada que vestiu de “encarnado”, concretizou 13 golos. Ajudou, com 2 remates certeiros na meia-final, à conquista da Taça de Portugal e acabaria a dita campanha como o 2º melhor marcador da equipa, atrás de João Vieira Pinto.

24 - EMERSON THOMÉ "PAREDÃO"

Para os lados da “Luz”, a cada início de época, e quando aconteciam as habituais renovações de balneário, o que mais admirava é que, cada uma dessas “revoluções”, só trazia, contrariamente ao suposto propósito, a diminuição da qualidade da equipa. Nesses episódios, eram dispensados jogadores de crédito firmado, ou, como aconteceu com este defesa central, eram preteridos promissores elementos, sem que nunca tivessem grandes oportunidades para demonstrar o seu valor.
Paredão, que deve a alcunha ao valente porte, veio de um dos grandes do Brasil, o Internacional de Porto Alegre. Para tentar a sua sorte na Europa, decidiu começar pela Académica. Ao fim de 3 temporadas no nosso país, uma em Coimbra e duas no Tirsense, chegou ao Benfica. Por não ser primeira escolha, ia sendo emprestado ao clube satélite, o Alverca. Até aqui, tudo bem. O pior viria numa das pré-época seguintes, onde, mais uma vez, um jogador que, até há pouco tempo, tinha dado provas do seu valor, era dado como inapto para representar o emblema da “Águia”.
Viajou até Sheffield e, com a camisola do Wednesday, bastou uma temporada para que o Chelsea visse nele aquilo que o Benfica parecia ter ignorado. Em Standford Bridge, apesar dos 21 jogos realizados, não resistiu à chegada de outras estrelas e rumou ao Sunderland. Aí começaram os azares. Primeiro, consecutivas lesões levaram-no de titular indiscutível à enfermaria. Depois, e com o aproximar das 50 partidas efectuadas, fasquia que levaria o clube a ter que pagar considerável maquia ao seu antigo emblema, a sua dispensa surgiu como uma surpresa! Continuou ainda mais uns anos por Inglaterra, representando o Bolton, o Wigan e o Derby County.
Terminou a carreira no Vissel Kobe do Japão, e sempre na sombra das lesões que o assolaram nos últimos de carreira.

23- BIKEY

Nisto de reparar em jogadores, é certo que a responsabilidade da maioria dos adeptos no papel de “olheiro”, incluindo a minha militância, acaba quando termina mais uma virtual sessão de um qualquer jogo. Quanto ao futebol real, tal tarefa deveria ficar ao encargo dos verdadeiros agentes. E perguntam vocês! Para quê esta introdução? Para falarmos de Bikey!
Internacional camaronês e com um percurso já consolidado no futebol inglês, talvez haja quem nele tenha ouvido falar. No entanto, e verdade seja dita, das passagem de Bikey por Marco, Paços de Ferreira, União de Leiria e Desportivo das Aves, poucos devem ter alguma lembrança.
Voltando um pouco atrás, o começo da carreira profissional do polivalente jogador remonta à época de 2001/02, quando, com apenas 16 anos, surge no Espanyol. Logo de seguida viajou para Portugal…
Se com tão tenra idade, conseguiu atingir tão alto patamar, tal indicador deveria ser suficiente para ter como certeza o seu futuro. Contudo, e quase como uma norma, esse potencial, quando tão cedo revelado, tem de ser protegido das fragilidades do espírito. Parece-me a mim que tal profilaxia, reflexo "da sociedade de consumo imediato" (Chiclete, Táxi), nem sempre é posta em prática. Perde-se o jogador e, tantas vezes, o Homem. Ainda bem que assim não foi!
Em 2006, e após a sua passagem pela Rússia, onde jogou pelo Shinnik e Lokomotiv de Moscovo, Bikey assinou pelo Reading. Actualmente com 25 anos e a jogar no Burnley, este atleta tem ainda muito tempo de bola pela frente... talvez regresse a Portugal!

22 - NUNES

Se se demorasse um pouco mais, seria, por certo, outro dos irremediáveis casos das “distracções à portuguesa". Claro que a sua “recuperação” não foi feita em solos lusos. Não fosse o Mallorca a estender-lhe a mão e, sem sombra de dúvidas, que o estigma de medíocre, assentaria em Nunes, como se feito por medida.
Em 1997, vindo da Ovarense, o Sporting de Braga ainda o deu como apto para os seus quadros. No entanto, depressa foi recambiado para o Maia e para a divisão de honra, onde se manteve durante 4 temporadas.
Em 2001, com as cores do Salgueiros, chegava a hora de estrear-se na 1ª divisão. Com o clube de Paranhos no início da sua queda, o defesa central mudou-se para o Gil Vicente.
Em Barcelos, ao fim de dois anos, finalmente fez ver ao Sporting de Braga, o pecado de tê-lo deixado sair das suas fileiras. Seria integrado no plantel da equipa minhota e, por fim, lá conseguiu impor-se como um dos elementos mais importantes da equipa.
Esse evoluir, assente em boas prestações, levaram-no à "La liga" e ao já referido Mallorca. Rapidamente conseguiu tornar num dos pilares da defesa e um dos atletas mais admirados da equipa das Baleares.
Nisto de curiosidades, Nunes tem ainda outra na sua carreira. Apesar da sua competência, que levou o jogador, a nível de clubes, ao campeonato mais cobiçado do mundo, nunca chegou para levá-lo a uma convocatória na selecção "A" portuguesa.

21 - FIGUEIREDO

Ter um bom "padrinho" dá sempre jeito. O de Figueiredo não deve ter pago, bons jantares, a quem poderia tê-lo posto a correr pelas folhas dos jornais! Ora, um pouco mais que os outros, teve que correr, mas pelo campo! O resultado desse esforço foi a estreia, a sério, na primeira divisão, apenas aos 27 anos. E digo a sério, pois a suposta experiência no Belenenses de 1992/93 e 9194/95 resultou em zero jogos. Assim, é de 1999, já ao serviço do Santa Clara, o seu primeiro registo no escalão maior do futebol português.
A realidade é que se analisarmos os números da carreira de Figueiredo, estes dão-nos muito pouco. Apenas mais uma passagem pela primeira divisão, em 2001/02, igualmente ao serviço do Santa Clara; passagens por clubes mais modestos – União de Tomar; Camacha; Lusitânia; Varzim; Olivais e Moscavide – e em divisões secundárias, e umas fugazes passagens pelo Campeonato sueco (Osters) e pelo Campeonato romeno (FC Ceahlaul). Porém, a verdade é que a tecnocracia tem muitos defeitos, e um deles é não deixar ver o belo nas coisas. E digo-vos, sempre foi um prazer enorme ver jogar este grande “nº10”. E digo-vos mais. Figueiredo só não foi reconhecido como um “grande”, porque nas "coisas da bola" há muita gente distraída.
Nisto de justiça, fez-se alguma quando, na Alemanha, acompanhando a primeira participação de Angola, marcou presença no Mundial de 2006.
Joga actualmente, no “Girabola”, a representar o Recreativo do Libolo.

20 - STANIC

Mais um que apanhou o início da "idade das trevas" no Benfica. E mais um dos que, após jogar apenas a segunda metade de 1994/95, acabaria recambiado da “Luz”!
Formado no Željeznicar de Sarajevo, Mario Stanic, após os quatro primeiros anos (1988 a 1992) como profissional, daria início a um périplo um tanto errante. Nos 4 anos seguintes, vestiria as cores de 4 emblemas, em 4 países diferentes. Dinamo Zagreb, Sporting Gijon, Benfica e Club Brugge completariam, desse modo, aquela que pode ser vista como a primeira parte da sua carreira.
Também na selecção, por razão do desmembramento da antiga Jugoslávia, o seu percurso seria marcado por alguma singularidade. Primeiro, envergaria a camisola do país do Marechal Tito. Numa fase seguinte, optaria por representar a Croácia e, com o axadrezado alvo-rubro, acabaria convocado para o Euro 96 e para os Mundiais de 1998 e 2002.
Voltando ao seu percurso clubístico, e após, em 1995/96, ter conquistado a Liga, a Taça da Bélgica e o título de 1º lugar Melhor Marcador do Campeonato, Stanic começaria a despertar a curiosidade dos grandes emblemas europeus. A meio da temporada seguinte, acabaria por assinar pelo Parma. Os anos seguintes, sempre no “calcio”, serviram essencialmente para duas coisas: em 1º, com especial destaque para a conquista da Taça UEFA de 1999, para consolidar o atleta como uma verdadeira vedeta do futebol; em 2º, para mostrar que a sua habilidade permitir-lhe-ia desempenhar funções em quase todas as posições de campo.
A sua última etapa como futebolista, seria feita em Inglaterra e no Chelsea. Entre 2002 e 2004, partilharia o balneário com algumas caras conhecidas do futebol português, casos de Paredão, Jimmy ou Filipe Oliveira.
Em 2004 terminaria a sua carreira, devido a uma grave lesão num joelho.

19 - JIMMY HASSELBAINK

Hasselbaink é o nome pelo qual maior parte dos adeptos o conhece. Jimmy é para os amigos! Ou, pelo menos, terá sido para aqueles que, no Campomaiorense, encontraram na estética de Jerrel, o seu nome próprio, algo de cacofónico!
Bem, não sei se será verdadeira a história. Porém, não fico admirado. Não seria a primeira vez que a imaginação portuguesa, tornou bem mais harmoniosa uma identidade… basta recordarmo-nos do búlgaro Radi!
Comecemos mas é pelo início. Nascido no Suriname, seria na Holanda que, na temporada de 1989/90, arrancaria a sua carreira sénior. O Telstar, equipa que militava na 2ª divisão, serviria para a referida estreia. Pouco tempo lá estaria, transferindo-se para o AZ Alkmaar que, por essa altura, militava também no mesmo patamar.
Em 1995, deixando os amadores do Neerlandia/SLTOVV, Jimmyl decidira aventurar-se pelo quente Alentejo. Apesar da boa época no Campomaiorense, os seus 12 golos não evitariam a despromoção do clube. Quem escaparia à “linha de água” seria o próprio avançado. Assinaria pelo Boavista e, já no Bessa, passaria a fazer dupla com Nuno Gomes. Acabaria também por ajudar à conquista da Taça de Portugal de 1996/97, e, com 20 golos, ficaria em 2º lugar na lista dos Melhores Marcadores do Campeonato
No Verão de 1997, Nuno Gomes rumaria até à Luz. Já para Jimmy a viagem seria diferente. A partida levá-lo-ia até à Premier League. No Leeds United local estaria 2 anos. Sempre com boas prestações, em 1998/99, com os mesmos 18 golos que Michael Owen e Dwight Yorke, arrecadaria o título de Melhor Marcador.
Voltaria à Península Ibérica em 1999/00, mas, dessa feita, para representar o Atlético Madrid. Passar-se-iam 1 ano, 24 golos na La Liga e a despromoção dos “Colchoneros”. O último dos factos seria motivo suficiente para o seu regresso a Inglaterra. Assina pelo Chelsea, numa parceria que duraria 4 anos, e que, logo em 2000/01, dar-lhe-ia mais um título de Melhor Marcador da Premier League.
Entretanto, Jimmy já havia vestido a camisola laranja da selecção holandesa, sendo chamado a representar o seu país no Mundial de França, em 1998. Já no que diz respeito ao resto da sua carreira clubística, destaque ainda para as suas passagens, ainda na Premier League, pelo Middlesbrough e Charlton e o fim da carreira, em 2008, no Cardiff.
Só mais uma curiosidade... Não sei se repararam, mas, à imagem de Pauleta e Boa Morte, Jimmy, também é um dos poucos internacionais que nunca jogou na 1ª divisão do seu país!

18 - BOA MORTE

Por ventura, nunca atingirá a importância de Pauleta na história do futebol português de selecções. Porém, este extremo, à imagem do avançado açoriano, é outro atleta que nunca jogou na nossa 1ª divisão.
Apesar das várias chamadas à selecção principal e da presença na fase final do Mundial de 2006, até hoje, Luís Boa Morte nunca teve a chance de representar um clube no patamar máximo português.
No Sporting, emblema que o formou, talvez a urgência em encaixar algum dinheiro tenha precipitado a sua precoce transferência. Talvez a sua ida, em 1997, para o Arsenal, servisse para, financeiramente, compensar as demasiadas, faustosas e disparatadas contratações. O resultado vem no registo sénior do jogador. Em Portugal conta apenas com uma passagem pela 3ª divisão, e pelo, à altura, “satélite” leonino, o Lourinhanense.
Desnecessário será dizer que foi em Inglaterra que Boa Morte conseguiu revelar-se. Primeiro jogaria serviço do Arsenal, onde ganhou os seus únicos títulos - 1 Liga e 1 FA Cup. Depois, viria o Southampton. No entanto, seria nos 7 anos ao serviço do Fulham, para onde foi em 2000, que Boa Morte começou a ser retratado como jogador de qualidade e figura de peso da "Premier League".
Em 2007 mudou-se para o West Ham, clube que ainda representa. Este ano, prova da confiança depositada no jogador, o seu contrato foi renovado por mais 2 épocas.

17 - GIOVANELLA

Quando em 93/94 chegou do Internacional PA, os mais cépticos devem ter dito que seria mais um que não ficaria para a história. Foi quase assim!
Passaram-se três épocas, entre Estoril Praia, Tirsense e Belenenses, e o médio nunca passou de uma boa revelação. Talvez tivesse continuado assim, se, mais uma vez, João Alves não teimasse em que este brasileiro haveria de chegar a craque. Teve, para isso, que levá-lo consigo para Salamanca. Aí sim, Giovanella provou que o seu nome conseguiria o lugar de "trinco" em qualquer um dos planteis portugueses. As três épocas seguintes, bastaram para que se confirmasse a sua qualidade e para que o Celta de Vigo encontrasse nele jogador suficiente para o manter durante 7 anos nas suas fileiras.
Teve, claro, algumas falhas durante a sua carreira. Em primeiro, e uma das maiores, foi ter acusado positivo num teste anti-dopping. O resultado foi uma suspensão de 2 anos, os últimos passados no clube galego. A outra, não tão grave, foi nunca ter representado a sua selecção.
Após um ano no modesto Coruxo (3ª divisão espanhola), voltou para o seu primeiro clube, o Lajeadense, mas, desta vez, como director.

16 - EDILSON

Quem, na época 94/95, viu jogar aquele baixinho e irrequieto avançado, de certeza que não estranhou que, passados uns anos, viesse a ser convocado pelo "Escrete", a participar no Mundial de 2002... e logo para ser campeão!
Bem, talvez não tivessem adivinhado tanto, mas o que, já na altura do Benfica, era evidente, é que este brasileiro, era um exímio jogador. Começava, para as bandas da Luz, uma temporada de opções dúbias, em que, em nome de pressupostos estranhos, alguns jogadores de comprovada qualidade, eram preteridos em nome de, tantas escolhas medíocres. Conclusão: nem a "Parmalat", patrocinadora de referência do futebol dos anos 90, salvou o clube da derrocada.
Em nada se deve ter arrependido Edilson, quando voltou ao clube onde, em 1993 e 1994, tinha sido campeão. Depois desse regresso ao Palmeiras, já em 1997, e após passagem pelo futebol nipónico, o atacante assina pelo Corinthians. No clube paulista, ajuda à vitória no Campeonatos de 1998 e 1999, e, em 2000, sagra-se campeão do mundo de clubes.
Apesar de, a nível de clubes, ter alcançado os maiores êxitos nos dois últimos referidos emblemas, Edilson, que seria eleito o Melhor Jogador do Campeonato Brasileiro de 1998, não parou por aqui. Tendo conquistado mais alguns títulos, o resto da carreira vivê-la como um verdadeiro saltimbanco. Arrolemos, então, os emblemas! Para além do já referido, no Brasil jogou ainda no Industrial ES, Tanabi, Guarani, Flamengo, Cruzeiro, Vitória, São Caetano, Vasco da Gama, e Bahia. No Japão, no Kashiwa Reysol e no Nagoya Grampus. Finlamente, no Campeonato do "petro-dolar" – desculpem, no Campeonato dos Emiratos Árabes Unidos - , vestiria as cores do Al-Ain.

15 - HEINZE

Não foi de certeza nos poucos jogos feitos pelo Sporting, que Gabriel Heinze aprendeu a ser um grande lateral-esquerdo. Tendo em conta a descrição com que se pautou a sua passagem por Portugal, emprestado que estava pelo Valladolid, este argentino formado no Newell's Old Boys, não deixa de ser mais um dos típicos desperdícios do nosso futebol. A prova veio com o resto da sua carreira: prestações de sucesso no PSG, Manchester Utd, Real Madrid e Marseille (onde actua); e campeão em quase todos os emblemas representados. 
Pela selecção esteve presente na Copa América 2007, nos Mundiais de 2006 e 2010 e foi Medalha de Ouro nos Jogos Olímpicos de 2004.  
Bastante impressionante para quem apenas participou em 5 jogos no campeonato português, não acham?!!!

14 - CHRISTIAN

Vindo do Internacional de Porto Alegre, com apenas 18 anos, aterra na ilha da Madeira uma das promessas do futebol brasileiro. Começa assim, em 1993, a passagem atribulada de Christian, por Portugal.
Vejamos: no Marítimo não joga, indo, ainda nessa época para o Estoril Praia; no ano seguinte apresenta-se no Tirsense, mas acaba a jogar no Estrela da Amadora; por fim, já em 95/96, ruma ao Farense, onde, tal qual como nos outros clubes, tem um desempenho modesto.
Volta ao Brasil. De regresso ao seu emblema de origem, acontece algo de notável: o tosco ponta-de-lança, transforma-se num dos grandes do Brasileirão! Aqui sim, pode perguntar-se: Como é possível?! A resposta surgiu numa entrevista, em que Christian fazia a mea culpa. Disse que mudou muito a postura e que isso tinha contribuído para o seu crescimento. Nessa evolução, o avançado é convocado para a selecção e disputa, tanto a Copa América, como a Taça das Confederações, ambas em 1999. Com essas chamadas, desperta a cobiça de clubes europeus e acaba por assinar com o PSG. Passados 2 anos muda-se para o Bordeaux, onde encontra Pauleta. Daí em diante é emprestado, pelo clube francês, a outros emblemas: Palmeiras; Galatasaray e Grêmio.
Em 2004 assina pelos nipónicos Omiya Ardija, de onde acaba, também por empréstimo, por ser cedido ao São Paulo. No emblema paulista ganha o Mundial de clubes de 2005. Daí para a frente, Christian, tem uma série de passagens por outros clubes. Botafogo, Juventude, Corinthians, Internacional de Porto Alegre, Portuguesa e, já no México, o Pachuca dariam entrada no seu currículo.
Actualmente joga no Monte Azul.

13 - PAULETA

De certeza que este nome não vos dirá nada, pois não?! Assim sendo, deixai-me que vos esclareça. Este senhor, nascido na ilha de São Miguel, é, somente, o melhor marcador, de todos os tempos, da selecção portuguesa de futebol. Por isso, dizem vocês, deve ter sido no Benfica, ou no Sporting, ou no FC Porto, que este açoriano se mostrou ao mundo do futebol. Não! A melhor participação que Pauleta teve, como sénior, em Portugal, foi no Estoril Praia... e na Liga de Honra!
Há que por alguma verdade nisto - Pauleta, na realidade, chegou a representar o FC Porto nas camadas jovens, mas quis abalar, com saudades de casa. O primeiro contrato de Pedro Pauleta foi conseguido, em 1994, ao assinar pelo U. Micaelense. No ano seguinte, volta ao continente para jogar, como acima referi, pelo Estoril Praia. Os 19 golos apontados nessa época despertam a curiosidade de João Alves, técnico do Salamanca, e o avançado viria ser contratado pelo emblema espanhol.
Com mais um punhado de jogadores aproveitados na nossa liga, Pauleta vai jogar na 2ª divisão da “La Liga”. Antes, porém, ainda na pré-época de 1996/97, é apresentado pelo Belenenses. No Restelo, nunca chegaria a jogar. Já Espanha, com o avançar da temporada, ajuda o Salamanca a subir à 1ª divisão. Mais um ano passado, com mais um bom campeonato, e aparece o Deportivo La Coruña. No noroeste de Espanha, onde, à data, morava um dos grandes do futebol de “Nuestros Hermanos”, Pauleta venceria o Campeonato de 1999/00. Depois, no Verão de 2000 surgiria o Bordeaux e o começo da sua aventura gaulesa.
Em 8 anos em França, envergou também as cores do PSG. Apesar de nunca ter sido campeão francês, Pauleta conseguiu atingir importantes marcas pessoais: 3 vezes o melhor marcador do campeonato (01/02, 05/06 e 06/07) e 2 vez o melhor jogador do ano (01/02 e 02/03), fazem dele uma lenda.

OS MAL APROVEITADOS

Com a entrada neste novo mês, quero dar início a algo novo. Bem, por esta altura muitos já terão reparado no que é, mas para os mais distraídos... a grande novidade é esta - uma pequena introdução ao tema mensal!!!
Deste modo, se o Junho transacto foi dedicado a alguns que, tendo jogado no nosso campeonato, tiveram passagem, pelo menos, por uma fase final do Campeonato do Mundo, este Julho será dedicado aos jogadores que, apesar de terem representado equipas portuguesas, apenas se revelaram quando de cá saíram!!!
É um facto, não faço revelação alguma quando digo que os nossos clubes, principalmente os ditos "grandes", nem sempre sabem olhar para o que de melhor cá anda! Vá lá, também temos que ser justos!!! Às vezes até reparam neles; às vezes até os contratam; e às vezes até os dispensam sem lhes dar uma verdadeira oportunidade! Assim, é então acerca destes futebolistas, e das razões que levaram estes nossos "restos" a transformarem-se em pedras basilares noutras paragens, que me debruçarei... falemos então, d'"Os mal aproveitados"!!!