12 - RODOLFO RODRIGUEZ

Foi realmente convocado e esteve no México 86, mas, por se ter aleijado, não jogou.
Apesar de nunca ter entrado numa partida de uma fase final de um Mundial, Rodolfo Rodriguez sempre foi considerado como um dos melhores guarda-redes do futebol sul-americano. Claro que não foi este episódio da lesão que o pôs na história da modalidade. Foram, e só para começar, a conquista de três Campeonatos Nacionais, uma Taça dos Libertadores e uma Taça Intercontinental, isto tudo ao serviço do Nacional de Montevideu.
Depois da sua chegada em 1976, vindo do Cerro, em 1984, deixaria o emblemático clube da capital uruguaia para se mudar para o Santos. No emblema paulista, devido a uma entrega exemplar, sempre foi, e ainda hoje é, adorado por toda massa adepta. A sua alcunha, "O Monstro", é bem representativa daquilo que era a sua presença e importância "entre os postes".
Em 1988 veio até a Portugal para uma fugaz passagem, de um ano, pelo Sporting. Regressaria ao fim deste período, ao futebol brasileiro, para as suas derradeiras quatro épocas - duas na Portuguesa, seguidas de mais duas no Vitória da Bahia. Há ainda que recordar que Rodolfo Rodriguez, para além de ter vencido a Copa América de 1983, foi (não sei se já foi ultrapassado) o jogador da selecção do Uruguai que conseguiu alcançar mais internacionalizações.

11 - ELZO

Em 1986, para substituir o lesionado Toninho Cerezo, Telê Santana, faria uma opção polémica... Elzo acabava de ser convocado para participar no Mundial de futebol!!! Rapidamente o "trinco", de escolha controversa, passou a titular da equipa "Canarinha" e, como por ironia, calando muitas das vozes reaccionárias, acabaria mesmo como uma das grandes revelações do torneio mexicano. Talvez com isto tenha conseguido com que o resto do Mundo reparasse nele, mas a verdade é que já desde 1978 que o Brasil o via jogar. Começara, na altura, no modesto Ginásio Pinhalense, de onde em 1981 se transferiu, assinando o seu primeiro contrato profissional, para o Internacional Limeira. Depois, passou em 1984 para o Atlético Mineiro, onde chegou a ser capitão, e daí, em 1987/88, para o Benfica. De "Águia" ao peito não poderia ter tido melhor estreia... bem, podia ter ganho, mas foi "apenas", na sua primeira temporada em Portugal, finalista da Taça dos Campeões Europeus!!! Apesar do sucesso, passadas duas épocas na "Luz", não resistiu a novo apelo do Mestre Telê Santana e regressou ao Brasil, desta vez ao Palmeiras. Deixaria o futebol aos 30 anos, no Catanduvense, com uma grande marca - sem nunca, por uma vez que fosse, ter sido expulso.

10 - RADOSLAV ZDRAVKOV

Radoslav Zdravkov é um nome complicado para a nossa língua, quanto mais para os locutores de rádio e para os seus supersónicos relatos... ficou Radi!
No longínquo 1973, estreou-se, como sénior, no Lokomotiv de Sófia, de onde, ao fim de sete anos, se transferiu para o CSKA da mesma cidade. A Portugal chegou em 1986, com 30 anos. Representou o Desportivo de Chaves nos melhores anos da história do emblema flaviense e participou na Taça UEFA. Depois de 1989 jogou em mais três clubes, o Sp. Braga, o Paços de Ferreira e o Felgueiras - uma época em cada um.
Voltou à Bulgária, para as duas últimas temporadas de uma longa carreira, para jogar, primeiro, pelo Yantra Gabrovo, e depois pelo PFC Litex Lovech.
Representou selecção búlgara 71 vezes, tendo vestido a sua camisola no Mundial de 1986, no México. Terminou com 38 anos.

9 - ABDELGHANI

Já com 29 anos, vindo do gigante africano, Al-Ahly, chegou ao Beira-Mar em 1988, para a sua única aventura europeia. Com certeza houve quem pensasse que os seus melhores anos já tinham passado, no entanto, durante os quatro anos em que jogou no velhinho Estádio Mário Duarte (e outros), espalhou classe, participando em mais de 100 partidas.
Este médio ofensivo, para além de possuir grande técnica, era cheio de vontade. Nunca me hei-de esquecer da história em que o seu treinador, por altura do Ramadão, e devido ao jejum a que Abdelghani estava sujeito, indicou que este não deveria jogar... mas o egípcio pediu para entrar em campo e fez um dos melhores desafios em Portugal!!! Pela sua selecção jogou em mais de 90 ocasiões: venceu a CAN em 1986, esteve também nos Jogos Olímpicos de 1988 e marcou o único golo do Egipto no Itália 90 - penalty, no 1-1 frente à Holanda.

8 - VLK

Lubomir Vlk (mais uma tradução - Vlk quer dizer lobo), internacional pela antiga Checoslováquia, começou a sua carreira, na cidade de Ostrava, no Vitkovice. Apesar de ser da mesma terra que o Banik Ostrava e de viver um pouco à sombra do seu rival, o Vitkovice teve o seu grande momento em 1985/86, quando se sagrou campeão nacional... e logo na temporada de estreia de Vlk!!!
Seriam, no entanto, precisos mais alguns anos para que o defesa esquerdo despertasse o interesse de outros emblemas, o que viria a acontecer, logo a seguir ao Campeonato do Mundo de 1990, em Itália, transferindo-se para o FC Porto. Na "Invicta" não viria a ser muito utilizado - apenas 29 jogos em 3 épocas - o que o fez regressar ao seu clube de origem, e, dizem, do seu coração, onde termina a carreira em 2000. 
Representou ainda o Karviná, clube que durante um ano, 1994, se uniu ao Vitkovic, separando-se, os dois emblemas no ano seguinte. Em 2002 era o director desportivo do seu clube de sempre.

7 - MADJER e MENAD

Não poderia haver nada melhor para representar o futebol "mundialista" português do que dois participantes num cromo só!!! Mas diga-se a verdade – se ao corpo todo do da direita não consigo relacionar nada de fenomenal, ao calcanhar do outro, facilmente, atribuo um dos mais belos momentos que vi num "campo da bola"!!!
No Hernst Happel, em Viena, aproximava-se o minuto 77 de jogo. Os alemães já festejavam a conquista da Final dos Campeões Europeus de 1987, quando Madjer, num movimento rotativo, que o pôs de costas para a baliza adversaria, marcaria o primeiro golo frente ao Bayern Munique. O resultado, ainda com uma assistência do argelino, ficaria em 2-1 e o FC Porto, vitorioso, levaria para casa a taça.
Claro que esse jogo foi mágico, mas Madjer foi muito mais do que um golo. O avançado ajudou o FC Porto a erguer mais dois troféus internacionais - a Supertaça Europeia e, com 1 assistência e mais 1 remate certeiro, a Taça Intercontinental. Entre 1986 e 1991, vencendo diversos troféus nacionais, jogou 6 épocas pelos "Azuis e Brancos". Durante esse período, lugar para um pequeno interregno, durante o qual vestiria as cores do Valência.
Pela selecção, para além das duas presenças em fases finais do Mundial, 1982 e 1986, ainda conta com uma vitória na Taça de África das Nações.
Voltando a Menad, jogador que em 1986 representava o J.E. Tizi-Ouzou, teve uma carreira mais discreta, mas com alguns marcos interessantes. Vindo do Nimes, em 1990 entrou em Portugal, pela mão do Famalicão. No Minho, onde esteve 2 épocas, fez o suficiente para merecer a cobiça do Belenenses e acabaria por vir para o Restelo.
Depois da experiência "lusa", voltou à Argélia, e logo para vencer a Taça das Taças Africana pelo J.E. Tizi-Ouzou (ou JS Kabylie, como noutras referências). Pela selecção jogou o Mundial de 1986 no México, e como Madjer, venceu a CAN de 1990. No referido torneio africano, concretizou 4 golos, tornando-se no melhor marcador do certame.

6 - MESZAROS

Se em 1988, no fim da sua carreira, regressou ao nosso campeonato para defender a baliza do Vitória de Setúbal, foi em 1981 que, vindo do Vasas FC, entrou pela primeira vez em Portugal. Já depois de Alvalade, 2 épocas após a sua chegada, Meszaros rumaria a Faro e ao Sporting local. 
Embora só me lembre dele desde a sua ida para o Farense, tenho-o no meu imaginário como um dos grandes jogadores que passaram pelo nosso futebol... e um bigode daqueles nunca se esquece! 
No que a Mundiais diz respeito, Meszaros esteve presente na Fase Final de 1978, na Argentina, e em 1982, em Espanha.

5 - JOSÉ CARLOS

Em honra do meu primo, farense dos "sete costados", aqui vai um cromo de um dos melhores jogadores que passaram pelo clube da sua terra natal.
José Carlos começou em emblemas pequenos. Depois assinou pelo Flamengo e, durante mais de 200 partidas, brilhou nas defesa das redes do clube. Em 1987 sagra-se campeão brasileiro pela equipa do Rio de Janeiro.
Em 1992, e apesar de muito aplaudido pelos adeptos do emblema carioca, sendo considerado um dos seus grandes heróis, José Carlos muda-se para o Cruzeiro de Belo Horizonte. Pelo clube de Minas Gerais joga apenas uns meses. Em 1992/93 chega ao Algarve, contratado pelo SC Farense. Em Portugal jogaria ainda no Vitória de Guimarães e no Felgueiras.
O momento mais alto da sua carreira terá sido em 1990, quando, para o Mundial de Itália, foi escolhido como o 3º guarda-redes do "Escrete".
José Carlos faleceu em Junho de 2009.

4 - KOMAC

Neste mês dedicado aos Mundiais de futebol e aos jogadores que por lá tiveram passagem, apresento-vos mais um futebolista que, em Portugal, tentou a sua sorte. Tal como o "cromo" anterior, este internacional esloveno não conseguiu impor o seu futebol no Campeonato português. Komac, que por esta hora anda pela África do Sul, contou apenas, na sua passagem pelo Marítimo (2005/06), com a presença em 7 jogos. Regressou ao Gorica ainda na mesma época; daí aventurou-se no Djugarden da Suécia; e, esta época, disputou 24 partidas pelo Maccabi Tel Aviv.

3 - GALEKOVIC

Também pelo Beira-Mar actuou este australiano (2004/05). Apesar de, na altura, ser internacional olímpico pelo seu país, a passagem do actual 3º guarda-redes da Austrália pelo clube de Aveiro foi discreta. Modesta deverá também ser a sua presença no Mundial da África. Se o quiser ver deverá procurar no banco de suplentes, pois a sua convocatória deveu-se apenas à lesão do seu colega, o guarda-redes Brad Jones. 
Voltando ao seu trajecto em Portugal, Galekovic ainda representou, por empréstimo, o FC Marco (04/05). Na época seguinte regressaria ao campeonato australiano, para assinar pelo Melbourne Unite, clube da sua cidade natal. Mantém-se pela antiga colónia penal britânica, representado agora o Adelaide United.

2 - ALCARAZ

É apanágio do futebol português não conseguir aproveitar alguns dos bons jogadores que por cá jogam!!!
Ao contrário do que possa pensar-se, este central paraguaio, aquando da sua passagem pelo Beira-Mar - de 2003 a 2007 - não era, de todo, um desconhecido.
Já tinha representado a Fiorentina (de onde chegou para o clube aveirense) e, igualmente por esta altura, já era internacional pelo seu país. Não o quiseram os nossos "emblemas" maiores, agradeceu o Club Brugge, que o manteve nas suas fileiras desde a sua saída de Portugal até ao final desta temporada.
No Mundial da África do Sul foi vê-lo a marcar, logo à selecção campeã do mundo, a Itália. Com esta boa
"performance", ao que parece, para a nova época já arranjou contrato com o Wigan!

1 - COLUNA

Ao começar esta colecção no mês de mais um Mundial de futebol, quis para primeiro cromo um que fosse capaz (deveria pelo menos) retratar o espírito deste certame! Escolhi a paixão dos "Magriços" no Mundial 66. E melhor que qualquer palavra minha, fica-vos o comentário associado ao cromo: "Coluna parece explicar ao Dr. Silva Rocha como foi "aquilo" da vitória sobre a Rússia. A alegria entre os portugueses é evidente - e mais ao fundo, Festa testemunha essa alegria, com um sorriso que não esconde o esforço desenvolvido".
Lembro aos mais esquecidos que foi a vitória neste jogo que nos deu o 3º lugar, melhor classificação de sempre de Portugal.

MUNDIALISTAS PORTUGUESES

A África recebe durante este mês o seu primeiro Campeonato do Mundo de Selecções. Novo, é também este espaço na "blogosfera" dedicado aos cromos. Assim, foi a vontade de juntar estes dois universos em plena estreia, que nos fez querer recordar alguns dos atletas que já disputaram o dito troféu. Por essa razão, acompanhe-nos e não perca, durante o mês de Junho, os "Mundialistas Portugueses".