1466 - RUI REIS

Com o seu percurso como desportista a registrar os primeiros capítulos no emblema da sua terra natal, seria o Seixal FC a lançá-lo para uma carreira que, entre os principais escalões do futebol português, conheceria diversas colectividades. Nessa caminhada de boas exibições, depois do destaque enquanto elemento da agremiação sediada na Margem Sul do Rio Tejo, o avançado deixaria o Campo do Bravo e rubricaria, com o Atlético, um novo laço contratual. Já na Tapadinha, num plantel a contar com nomes que ficariam bem conhecidos na modalidade, casos de Esmoriz, Baltazar, Nogueira,ou até do capitão Candeias, a temporada de 1970/71 seria de subida e o regresso do conjunto lisboeta ao convívio com os “grandes” daria ao jogador a estreia no patamar máximo.
Na edição de 1971/72 do Campeonato Nacional da 1ª divisão, Rui Reis, a trabalhar até à 14ª ronda sob a alçada de Peres Bandeira e, depois da saída deste, com o inglês Ted Smith, teria na forte disputa por um lugar na frente de ataque, nomeadamente na concorrência de Raimundo e de Leitão, a maior dificuldade para a sua afirmação como um elemento indiscutível no “onze” alcantarense. Ainda assim, as suas aparições em campo, mormente após a entrada do referido técnico britânico, dariam um bom contributo para o 10º posto do emblema “alfacinha” na tabela classificativa daquela que é a prova de maior monta no calendário futebolístico de Portugal.
A temporada de 1972/73, a nível pessoal e igualmente em termos colectivos, ficaria bem aquém do espectável. Mantendo-se Ted Smith no comando do Atlético, Rui Reis veria as suas inscrições nas fichas de jogo a diminuírem de quantidade relativamente a épocas anteriores. Já a equipa também não corresponderia às projecções feitas no início da época e nem um plantel de grande valor evitaria, com o termo da campanha aludida no começo deste parágrafo, a 15ª posição no Campeonato Nacional e a consequente descida de divisão.
Com a saída do avançado do emblema a jogar em casa no bairro de Alcântara, Rui Reis, acompanhado na viagem por Pedras, seu colega no Atlético, escolheria o Sintrense para dar seguimento ao percurso competitivo. Com o emblema saloio a disputar a Zona Sul da 2ª divisão, o atacante iniciaria aí um percurso que afastaria do seu caminho os cenários primodivisionários. Seguir-se-iam, após deixar o Campo Manuel Soares Barreto, as curtas passagens pelo FC Barreirense de 1975/76 e pelo União de Montemor. Depois da experiência na colectividade alentejana, a entrada nos derradeiros capítulos do trajecto competitivo, fá-la-ia com o regresso à casa onde, vários anos antes, tinha dado os primeiros passos no futebol, ou seja, com a camisola do Seixal FC.

1465 - MATIAS


Ao completar a formação no Salgueiros, seria no decorrer do último ano como júnior, a temporada de 1982/83, que Manuel Matias, sob a intendência de Henrique Calisto, viria a ser chamado à equipa principal. Com uma maturidade acima da média, mesmo a actuar na 1ª divisão, não tardaria muito para que o jovem defesa-central alcançasse uma posição de destaque no plantel. Logo na temporada a seguir à estreia como sénior, o jogador assumir-se-ia como um dos esteios do sector mais recuado da colectividade de Paranhos. Ao revelar-se como um elemento seguro, valente e incansável, daí em diante, mesmo com a mudança de treinadores, o seu nome passaria a ser uma constante no alinhamento inicial do conjunto portuense.
A preponderância ganha no clube levá-lo-ia a ser chamado aos trabalhos das equipas na alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado nos “esperanças”, Matias estrear-se-ia com a “camisola das quinas” a 23 de Fevereiro de 1985. A partida frente à Republica Federal Alemã, uma vitória por 2-1, serviria de arranque a uma ligação que daria ao jogador, no escalão referido, 2 internacionalizações. Mais tarde, ainda seria convocado para os desafios dos “olímpicos”, contudo não chegaria a entrar em campo.
Das 7 campanhas feitas por Matias no conjunto principal do Salgueiros, com as 6 primeiras cumpridas no escalão máximo, as duas últimas seriam as de menor aproveitamento pessoal. Talvez por querer dar um novo empurrão à carreira, o defesa-central, para a temporada de 1988/89, decidiria rumar ao Rio Ave. Porém, a mudança mantê-lo-ia na disputa da 2ª divisão e com o emblema de Vila do Conde a quedar-se abaixo do meio da tabela classificativa, o jogador voltaria a cambiar de direcção. Já a experiência no União da Madeira de 1990/91, devolvê-lo-ia, não só ao degrau maior do futebol luso, como sublinharia o atleta como um praticante de predicados merecedores de outros voos. Essa constatação encaminhá-lo-ia para o Vitória Sport Clube e para o período mais produtivo da sua caminhada competitiva.
A representar o emblema sediado em Guimarães a partir da campanha de 1991/92, Matias, sempre como um dos elementos mais importantes nas manobras tácticas do clube, ajudaria os vimaranenses a lutar pelas posições cimeiras da tabela classificativa. Nessa senda, o defesa-central acabaria por fazer a sua estreia em competições de índole continental. Na Taça UEFA de 1992/93, o atleta participaria em 3 das 4 partidas disputadas pelos minhotos na aludida competição. Tendo entrado em campo numa das mãos com os neerlandeses do Ajax, o maior destaque iria para a eliminatória frente à Real Sociedad, na qual, para além de titular em ambas as partidas, o atleta ajudaria a afastar a formação basca.
A entrar na veterania, Matias trocaria a agremiação da “Cidade Berço” pelo Leça. Já no decorrer dessa temporada de 1995/96, durante a qual manteria bons níveis exibicionais, uma nova proposta surgiria no seu caminho. Com o FC Porto à procura de remodelar o grupo de trabalho, o defesa-central seria escolhido por Bobby Robson como um dos reforços para a segunda metade da época. No entanto, a chegada a um dos “grandes” não seria fácil para o jogador e a presença de craques como Aloísio, José Carlos ou Jorge Costa dar-lhe-ia poucas oportunidades. Ainda assim, o tempo passado nas Antas seria proveitoso e ao seu currículo adicionaria a conquista do Campeonato Nacional.
A época seguinte à saída dos “Dragões” dividi-la-ia, ainda na 1ª divisão, entre o Vitória Futebol Clube e o Gil Vicente. Depois viriam as campanhas ao serviço do Trofense e o “pendurar das chuteiras” com o termo da época de 1998/99. Porém, mesmo ao pôr um fim na caminhada enquanto futebolista, Matias voltaria a ligar-se à modalidade, dessa feita na condição de treinador. Nas funções de técnico, o antigo defesa tem orientado equipas de norte a sul de Portugal Continental e também nos arquipélagos dos Açores e da Madeira. Para além dos conjuntos lusos, há ainda a realçar as experiências em vários países do Médio Oriente ou as suas incursões por África.

1464 - MANUEL JOSÉ

Com grande parte do percurso formativo feito ao serviço do FC Porto, Manuel José Azevedo Vieira cedo também começaria a ser chamado aos trabalhos sob a intendência da Federação Portuguesa de Futebol. Com a “camisola das quinas", o jovem praticante estrear-se-ia a 17 de Fevereiro de 1996, no Torneio Internacional do Algarve. Essa partida, frente à Rússia, serviria de arranque a uma caminhada que levaria o jogador, ao passar praticamente por todos os escalões, a chegar à equipa “B” de Portugal e a acumular um total de 63 internacionalizações.
Como uma das grandes promessas das “escolas” do FC Porto, Manuel José faria a sua estreia como sénior no decorrer da temporada de 1999/00. Inicialmente no conjunto “B” dos “Dragões”, o centrocampista, sem conseguir fixar-se no plantel principal, passaria a campanha de 2001/02 cedido ao União de Lamas. A evolução demonstrada, logo na época seguinte à do empréstimo, reservar-lhe-ia um lugar no grupo de trabalho à guarda de José Mourinho. No entanto, numa equipa a preparar-se para atingir o topo do futebol europeu e mundial, o médio conseguiria poucas oportunidades para demonstrar as suas habilidades. Ainda assim, entraria em campo numa das partidas a contar para a Taça de Portugal, juntando ao palmarés pessoal a vitória na edição de 2002/03 da “Prova Rainha”.
A falta de espaço no plantel “azul e branco” levá-lo-ia, ainda no discorrer da temporada de 2002/03 a encetar uma nova senda de empréstimos. Académica de Coimbra, Vitória Sport Clube e Vitória Futebol Clube seriam os emblemas a apadrinhar as referidas etapas. Mesmo ao apresentar bons resultados nas diferentes experiências vividas, seria ao serviço do conjunto a jogar em casa no Estádio do Bonfim que o atleta viveria outro dos grandes momentos da sua carreira. Como um dos pilares da equipa, o jogador transformar-se-ia num dos principais elementos a carregar os “Sadinos” até ao derradeiro desafio da Taça de Portugal de 2004/05. No Jamor, com José Rachão como treinador, Manuel José acabaria chamado ao “onze” a defrontar o Benfica. Para melhorar a conjuntura, seria do médio um dos golos que ajudariam a agremiação do listado verde e branco a derrotar as “Águias” e, com o placard final a assinalar 2-1, o almejado troféu sairia do Estádio Nacional em direcção à cidade de Setúbal.
As boas campanhas feitas no âmbito primodivisionário levariam o Boavista a apostar na sua contratação. A passagem pelo Bessa, mesmo sem qualquer título associado, serviria para promovê-lo como um praticante de destinta categoria. O vincar das suas qualidades levá-lo-iam a abraçar outro desafio. Convidado para integrar o plantel de 2006/07 do Cluj, Manuel José tornar-se-ia, com o valor da sua técnica e entendimento do jogo, num dos grandes esteios da associação romena. No que diz respeito às conquistas obtidas, a sua passagem pelo Leste da Europa também emergiria como proveitosa. Num grupo de trabalho onde, durante a sua passagem de 3 anos, encontraria inúmeros nomes bem conhecidos do futebol luso, casos de Tony, Fredy, Cadú, António Semedo, André Leão, Amoreirinha, entre outros, o atleta acrescentaria ao seu palmarés 1 Liga e 2 Taças da Roménia.
De regresso a Portugal na temporada de 2009/10, Manuel José acabaria por ingressar naquele que viria a tornar-se no emblema mais representativo da sua carreira sénior. No Paços de Ferreira, onde actuaria durante 7 épocas, assumir-se-ia sempre como um dos elementos mais importantes para os diferentes treinadores. Como uma das peças centrais das estratégias dos “Castores”, o médio participaria em capítulos inolvidáveis na história da colectividade. Um dos momentos mais importantes surgiria com o 3º lugar na tabela classificativa do Campeonato Nacional de 2012/13, o qual daria a qualificação para a Liga dos Campeões do ano seguinte. Na pré-eliminatória da referida competição, aos pacenses calharia em sorte os russos do Zenit. Apesar de eliminado o conjunto luso e de, com isso, terem saltado para a Liga Europa, destaque para o embate da 2ª mão, em São Petersburgo, onde Manuel José concretizaria 1 golo.
Depois de deixar o emblema sediado na “Cidade dos Móveis” como um dos atletas que, na 1ª divisão, mais representaria o Paços de Ferreira, Manuel José passaria a envergar a camisola de 2016/17 do Leixões. Ainda na aludida época, com a abertura do “Mercado de Inverno”, o centrocampista transferir-se-ia para o Gondomar. Seguir-se-ia, num trajecto competitivo a aproximar-se do fim, o Candal e as disputas no âmbito das competições agendadas no calendário da associação de Futebol do Porto.
Paralelemente aos anos cumpridos na colectividade de Vila Nova de Gaia, Manuel José encetaria sua carreira enquanto técnico. Nessas funções, para além da passagem pelas camadas jovens do Gondomar, o antigo futebolista também teria experiências como treinador-adjunto do Candal e, na época corrente (2023/24), no Vila FC.

1463 - ARTUR

Concluiria a formação no emblema da sua terra natal. Porém, a passagem dos juniores para os seniores não correria como o esperado e as 4 primeiras campanhas após a dita transição passá-las-ia ao serviço das “reservas” do Varzim. Na sequência desse primeiro desaire, seria apenas na temporada de 1971/72 que o defesa-central finalmente conseguiria convencer os responsáveis técnicos do clube. Após um arranque de carreira um pouco “lento”, a verdade é que daí em diante o jogador impor-se-ia como um elemento fulcral no arranjo táctico dos “Lobos-do-mar”. Ainda assim, com o conjunto do listado alvinegro a manter-se apenas pelas lutas dos escalões secundários, seriam precisos mais alguns anos para que Artur Nogueira Ferreira chegasse ao convívio com os “grandes”. Depois de ajudar o Varzim a sagrar-se campeão da edição de 1975/76 do Campeonato Nacional da 2ª divisão, Artur seria desafiado a mudar de clube. Com a entrada no Bessa a acontecer na temporada de 1976/77, numa altura em que já contava 28 anos de idade, o defesa-central depressa começaria a conquistar um lugar de destaque no plantel do Boavista. Orientado por Mário Wilson, logo na época inicial com as “Panteras”, o jogador seria chamado à novidade da disputa da Taça dos Vencedores das Taças. Num crescimento deveras rápido, mas condizente com a regularidade, eficácia e maturidade apresentadas dentro de campo, o atleta, na época seguinte, acabaria puxado para os trabalhos dos conjuntos sob a guarda da Federação Portuguesa de Futebol. A estreia, no âmbito da equipa “B” de Portugal, aconteceria a 8 de Março de 1978, num particular frente à França. Seguir-se-ia, numa altura em que o escalão admitia alguns convocados excepcionalmente fora da idade prevista, um jogo pelos “esperanças”. Por fim, com um novo desafio pelos “BB” lusos, viria a 3ª internacionalização a colorir o seu currículo. No Boavista, já na alçada de Jimmy Hagan, o jogador adicionaria ao palmarés pessoal o primeiro grande título da carreira. Chamado pelo técnico inglês para a final e para a finalíssima da Taça de Portugal de 1978/79, o defesa-central, como um dos titulares indiscutíveis nas “Panteras”, tornar-se-ia num dos elementos fulcrais para a vitória frente ao Sporting. À glória do título ganho, seria também dele o regozijo de, na condição de capitão de equipa, receber o troféu correspondente ao triunfo na “Prova Rainha”. Já na sequência da competição conquistada no Estádio Nacional do Jamor, a colectividade portuense, com Mário Lino como treinador, entraria na disputa da primeira edição da Supertaça. Num “derby” da “Cidade Invicta”, frente ao FC Porto, mais uma vez os “Axadrezados” conseguiriam superiorizar-se ao adversário. Nesse novo sucesso colectivo e depois de ajudar a derrotar os “Azuis e Brancos”, seria novamente de Artur a honra de erguer o “caneco”. Após 7 épocas ao serviço do Boavista, durante as quais conseguiria somar um total de 231 jogos oficiais, o atleta despedir-se-ia das “Panteras” para, nos derradeiros capítulos como futebolista, ainda cumprir um par de temporadas com as cores do Vitória Futebol Clube. Ao “pendurar as chuteiras” com o termo da campanha de 1984/85, o antigo defesa-central passaria a assumir as funções de treinador. Como técnico-principal, numa senda que começaria ao serviço dos alentejanos do Estrela de Portalegre, Artur construiria uma carreira feita essencialmente em colectividades dos escalões secundários. Para além do já referido, ainda guiaria emblemas como o Oriental, “Os Marialvas”, o Recreio de Águeda, AD Guarda, o Sporting de Lamego, o Gondomar ou o Rio Tinto. No entanto, nesse trilho, o destaque iria para o seu regresso ao Bessa, para trabalhar com o plantel de 1990/91.

1462 - SARAIVA


Começaria a prática do futebol ainda em idade adolescente quando, na temporada de 1947/48, passaria a fazer parte do plantel do CF “Os Reguenses”. Ainda na terra natal, as suas habilidades como avançado fá-lo-iam transferir-se para o SC Régua. Porém, após cumprir a época de 1949/50, o Serviço Militar Obrigatório viria a interromper a sua progressão no seio do novo clube. Incorporado em Lisboa, António Saraiva valer-se-ia da Lei de Cumprimento das Obrigações Militares para Futebolistas e nas épocas de 1950/51 e 1951/52 passaria a representar o Palmense. Como um dos grandes destaques do popular emblema “alfacinha”, ao jogador ser-lhe-ia dada a oportunidade de ir prestar provas ao Benfica. No Campo Grande, agradaria a José Valdivielso. Todavia, o atleta veria as “Águias” a recusarem-se ao pagamento da “carta de desobrigação” e, finda a tropa, o jovem praticante regressaria ao Alto Douro.
De volta às origens familiares, as duas épocas a suceder à sua partida de Lisboa, isto é, as campanhas de 1952/53 e 1953/54, cumpri-las-ia de novo ao serviço do SC Régua. Entretanto, determinado em apostar numa carreira mais ambiciosa, o avançado decidiria viajar até ao Minho para, nos dois clubes mais representativos daquela região, tentar a sorte. Primeiro passaria pelo Sporting de Braga, mas não agradaria a Mário Imbelloni. Seguir-se-iam os treinos no Vitória Sport Clube. Contudo, tal como tinha acontecido na sequência dos testes prestados na colectividade sediada na “Cidade dos Arcebispos”, o tempo passado em Guimarães levá-lo-ia, dessa feita na sentença proferida por Randolph Galloway, a ser novamente recusado.
Finalmente o destino brilharia a Saraiva e na temporada de 1954/55 veria o Salgueiros, emblema treinado por Valadas, antiga glória benfiquista, a interessar-se nos seus préstimos. No entanto, a sua passagem pela colectividade sediada no portuense bairro de Paranhos seria breve e as antigas questões relacionadas com a “carta de desobrigação” voltariam ao topo da mesa. Ainda assim, as suas exibições seriam suficientes para chamar a atenção do FC Porto. A verdade é que o convite mais tentador, por intermédio de alguém próximo da família, surgiria do Caldas, à altura recém-promovido à 1ª divisão. Ainda por empréstimo do SC Régua, o atacante arrepiaria caminho até à Região Oeste e passaria, com a nova camisola, a disputar as contendas apadrinhadas pelo Campo da Mata.
Na agremiação das Caldas da Rainha desde a temporada de 1955/56*, Saraiva viria a abraçar novas funções dentro do rectângulo de jogo. Tendo em conta a sua polivalência, o atleta aceitaria as indicações de Fernando Vaz e começaria a posicionar-se como médio ou como defesa. Aliás, seria essa mudança de posição a principal responsável por catapultar, de forma bem vincada, a sua carreira. Com exibições de grande nível, com os portentos de força ou os valentes remates a assumirem-se como as principais qualidades, o jogador começaria a ser avaliado como um dos grandes nomes a disputar as provas lusas. Ao fixar-se no “onze” dos “Pelicanos” como um dos principais intérpretes, as épocas seguintes à da sua chegada mostrá-lo-iam como um praticante, muito mais do que preparado para os desafios primodivisionários, com ambições a emblemas de outra monta.
Seria nesse contexto que surgiria o interesse do FC Porto e do FC Barcelona. Contudo, apesar de imensamente cobiçado, seria o Benfica a convencê-lo a trocar de emblema. Como uma das exigências do treinador Belá Guttmann, técnico desviado dos “Dragões” para a Luz, os responsáveis directivos das “Águias” reuniriam esforços para contratar o atleta. A transferência consumar-se-ia para a temporada de 1959/60 e, segundo as crónicas, Saraiva terá ficado tão contente com a mudança que sairia da sede “encarnada”, situada na Rua Jardim do Regedor, a gritar “Já sou do Benfica”.
Como seria expectável, a vida de Saraiva no Estádio da Luz não seria fácil. Mesmo com esse factor em mente e de, durante bons períodos, ter apenas almejado a um lugar nas “reservas”, o jogador conseguiria acumular um número bem significativo de partidas disputadas pela equipa principal. Nesse cenário, o maior destaque emergiria com os troféus colectivos conquistados. Começando pelas contendas internas, há a referir os 3 Campeonatos Nacionais e 1 Taça de Portugal vencidos. Obviamente, a maior distinção da sua carreira viria com as prestações dos “Encarnados” nas competições sob a alçada da UEFA. Na Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1960/61, apesar de não ter sido chamado à final de Berna, o jogador participaria em 5 partidas dessa caminhada gloriosa e ao entrar em campo frente ao Hearts, ao Ujpesti e ao Rapid Viena, o atleta incluir-se-ia na lista de nomes vencedores da mais prestigiante prova de clubes a nível planetário.
Com a sua saída do Benfica a registar-se com o termo da temporada de 1962/63, Saraiva entraria numa fase diferente da sua ligação à modalidade. Assumindo-se como treinador-jogador, a sua passagem pelo plantel de 1963/64 do Benfica e Castelo Branco encetaria um trajecto que, ainda no mesmo papel, levá-lo-ia, nas duas campanhas seguintes, ao Portimonense e na temporada de 1966/67 a aceitar o compromisso de ser o “timoneiro” da União de Leiria no primeiro jogo de sempre da colectividade fundada na Beira Litoral.
Já a dedicar-se exclusivamente às actividades de técnico, Saraiva ainda teria passagens por outros emblemas, como são exemplo os períodos ao serviço do União de Montemor, novamente com as cores do Portimonense ou, naquele que viria a ser o maior intervalo tempo despendido no desempenho das tarefas de treinador, ao serviço do Torralta.

*apesar de várias fontes referirem 1955/56 como a chegada de Saraiva ao Caldas, na aludida época não encontrei nenhum registo do jogador na 1ª equipa.

1461 - ANDRADE

Ao terminar a formação no Belenenses seria na equipa a jogar em casa nas Salésias que Manuel Andrade faria a transição para sénior. Chamado pelo treinador Augusto Silva à 1ª equipa, a estreia do avançado-centro ocorreria à 9ª jornada do Campeonato Nacional de 1945/46. Logo nessa partida de arranque, ao nunca demonstrar qualquer sinal de nervosismo, o jovem atleta ultrapassaria a marcação serrada e alguma malandrice do seu adversário directo e com um “hat-trick” ajudaria a virar o resultado – “Aos 15 minutos estávamos a perder por 2-0. Tive uns problemas com um defesa do FC Porto, o Guilhar, que estava a marcar-me. Era terrível, chamava-me nomes e dava-me beliscões. Mas demos a volta ao resultado graças a três golos meus”*. Daí em diante, Andrade, apesar da tenra idade, passaria a ser tido como um dos esteios dos “Azuis”. Com 14 partidas disputadas ao longo dessa campanha, os seus 19 golos, para além de consagrá-lo como o melhor marcador da equipa, seriam de uma relevância fulcral para a vitória do Belenenses na prova de maior monta no calendário luso de futebol. Porém, apesar da importância ganha durante a aludida competição, um desaguisado com o capitão Mariano Amaro haveria de atrapalhar o seu crescimento no clube – “Certa vez, ainda na época do título em 1945-46, o Amaro chegou-se ao pé de mim e pediu-me para lhe levar a mala. Olhei para ele, dei uma gargalhada e disse-lhe que só podia estar a brincar comigo (…).Foi a minha sentença (…)**. “Mais tarde, quando o Scopelli chegou para treinar o Belenenses, foram-lhe apresentados os jogadores da linha principal, os suplentes mais utilizados e as reservas. Começámos os treinos e o Amaro, que tinha jogado com o Scopelli no Belenenses, aconselhou-o na constituição da equipa (…). Fizeram as equipas e eu fiquei de fora (…). Perguntei ao mister se ele se tinha esquecido de mim. Pôs-me a defesa esquerdo. Num treino, sempre que recebia a bola virava-me para a baliza do Sério, que era o meu guarda-redes. Eu disse-lhe que estava habituado a jogar a avançado-centro. Chutava sempre para a baliza que estava mais perto”*. O termo da temporada de 1947/48 marcaria o fim da ligação do atacante com o Belenenses. Ainda assim, a sua habilidade não esmoreceria e a convite de Peyroteo, amigo de longa data, o jogador passaria a representar o Sporting. No entanto, o contexto desportivo que encontraria nos “Leões”, com o próprio Peyroteo a ocupar a posição de avançado-centro, não proporcionaria grandes oportunidades a Andrade. Tendo apenas actuado pela primeira categoria em jogos particulares, a campanha de 1948/49 consagrá-lo-ia apenas a um lugar nas “reservas” e finda a dita época, a saída surgiria como a melhor opção para a sua carreira. A campanha de 1949/50, no que diz respeito à caminhada competitiva do avançado, constitui para mim um mistério. Sem ter conseguido confirmar tal informação, ainda assim, existem fontes a dar o atleta como elemento do Almada, à altura a disputar a 2ª divisão. Certo, seria a sua inclusão no plantel de 1950/51 do Estoril Praia. Nos “Canarinhos”, num grupo de trabalho com nomes notáveis no cenário português, casos de Sebastião, Alberto de Jesus, Bravo ou Miguel Lourenço, Andrade conseguiria conquistar o seu lugar no “onze” titular. Durante as temporadas seguintes, sempre como um elemento merecedor de vários louvores, o jogador continuaria a competir na 1ª divisão. Todavia, o esmorecer da paixão pela modalidade fá-lo-ia retirar-se muito antes de completar 30 anos de idade – “Nunca me senti um jogador de futebol a 100 por cento. Não gostava de jogar futebol. Mas, como tinha jeito, jogava”*. 

*retirado da entrevista de David Marques, publicada a 26/05/2016, em https://maisfutebol.iol.pt 

**retirado da entrevista de Rui Miguel Tovar, publicada a 21/07/2017, em https://observador.pt

1460 - VELEZ CARNEIRO

Remonta à longínqua temporada de 1914/15 a estreia do Sporting de Espinho em partidas oficiais, sob alçada organizativa da Associação de Futebol do Porto. Nesse desafio das 3ªs categorias, respectivamente frente ao FC Porto, participaria um jovem médio-centro de seu nome Velez Carneiro. Ao prolongar a ligação aos “Tigres da Costa Verde” por mais algumas campanhas, a qualidade do jogo por si apresentado depressa apontaria ao seu destino voos de outra magnitude. Nesse sentido, a evolução positiva da sua carreira materializar-se-ia com a decisão de viajar até à “Cidade Invicta” e aí rubricar um contrato com os “Azuis e Brancos”.
Com a sua entrada no FC Porto, segundo algumas fontes, a acontecer na época de 1918/19, o primeiro sucesso colectivo de índole nacional em que participaria, emergiria com a ufana campanha dos “Dragões” naquela que era à data a prova de maior prestígio no calendário futebolístico luso, o Campeonato de Portugal. Nessa edição de 1921/22, encontrar-se-iam na final da competição o emblema “azul e branco” e o Sporting. Depois de entrar em campo nas duas mãos correspondentes à derradeira eliminatória, Velez Carneiro seria também chamado, pelo técnico francês Adolphe Cassaigne, para o decisivo encontro da finalíssima. No “match” agendado para o Campo do Bessa, ao lado de nomes prestigiados no cenário nacional, casos dos internacionais Artur Augusto ou Balbino, o médio-centro desempenharia um papel de fulcral importância e contribuiria para a vitória do agregado portuense sobre a equipa “alfacinha”.
Ao constituir-se como um dos melhores intérpretes da colectividade nortenha, o craque Velez Carneiro depressa começaria a granjear de enorme popularidade entre os adeptos da modalidade, mormente no seio dos seguidores do FC Porto. Tal facto serviria para sublinhar, ainda mais, a tragédia que, em Maio de 1925, acabaria por preencher as conversas do público e, de forma igualmente vincada, viria a ocupar as páginas de diversos periódicos editados à altura. Segundo o investigado, dados apurados através dos relatos de algumas testemunhas oculares, o jogador, no mesmo dia em que tinha participado numa peleja amigável frente ao Deportivo La Coruña, seria abordado por uma figura masculina, à saída de um café. Os dois terão então caminhado até a uma ruela nas imediações do primeiro local, onde terá começado uma discussão deveras inflamada. A altercação, de origem passional, levaria a que o homem puxasse por uma arma de fogo e acabasse a alvejar o futebolista com vários tiros.
Gravemente ferido, Velez Carneiro chegaria ao hospital já sem vida. Nas liturgias fúnebres, as quais decorreriam durante vários dias e dando jus à popularidade do atleta, a urna seria acompanhada por um grandioso cortejo de populares. Ao seu lado, numa cerimónia mortuária com epicentro no Campo da Constituição, estariam igualmente os seus colegas do FC Porto, encabeçados na homenagem pelo capitão de equipa, Norman Hall.

1459 - PINILLA

Produto das “escolas” da Universidad de Chile, Mauricio Pinilla cedo emergiria como uma das grandes promessas do futebol sul-americano. Nessa perspectiva, sensivelmente 2 anos após a estreia como sénior, o avançado começaria a ser cobiçado por emblemas de maior monta. De Itália, num convénio a juntar o Chievo e o Inter Milan, chegaria uma proposta pela sua aquisição e, rubricado o acordo, viria a consequente mudança para o “Calcio”. Com os dois clubes referidos a partilharem o seu “passe” em partes idênticas, o atacante seria encaminhado para o plantel de 2003/04 da agremiação sediada em Verona. Porém, a sua adaptação ao futebol europeu ficaria aquém do esperado e a meio da aludida campanha o jovem jogador acabaria emprestado ao Celta de Vigo.
Seria no final do ciclo cumprido entre a Itália e a Espanha que surgiria o interesse do Sporting. Com Pinilla, após a estreia pela principal selecção do Chile a 29 de Março de 2003, a manter-se como um dos elementos amiúde chamado às pelejas do seu país natal, os “Leões” veriam no atleta uma boa aposta para reforçar o sector mais ofensivo do plantel. Comandado por José Peseiro, o avançado-centro, apesar de várias presenças em campo, tardaria em ter no golo uma forte credencial. Para a infelicidade do atacante, quando tudo parecia estar a mudar, uma grave lesão atirá-lo-ia para fora dos planos do aludido técnico, inclusive fazendo com que o jogador falhasse a final da Taça UEFA de 2004/05.
Já com a época seguinte em andamento, e com a equipa “alfacinha” sob a alçada de Paulo Bento, seriam as declarações feitas a um periódico a pôr em causa a sua continuidade em Lisboa e a empurrá-lo para a porta de saída – “Não posso mais com a minha situação no Sporting (…). Quando soube da lista de convocados e da qual não constava o meu nome, só me apetecia morrer. Então, disse para mim mesmo que já não valia a pena estar num lugar onde não me querem (…). Se não me querem, deixem-me sair. Clubes interessados em mim não faltam. Disseram-me que vou ter opções seguras para sair em Janeiro. Deixei-lhes também claro que terminou a minha etapa em Portugal”*.
A exigência a forçar a sua partida, inicialmente por empréstimo e depois já em definitivo, levá-lo-ia a um período mais errante e nada condizente com as expectativas criadas em seu redor. Racing Santander, Hearts, o regresso à Universidad de Chile, Vasco da Gama e os cipriotas do Apollon Limassol, preencheriam os anos a suceder a sua saída de Alvalade. No entanto, contrariamente ao rumo que a sua carreira estava a tomar, de Itália surgiria nova proposta e a mudança devolveria o avançado chileno às sendas do sucesso.
Apresentado pelo modesto Grosseto como reforço para a temporada de 2009/10, o ano passado na disputa da Serie B, revelaria um atleta com a pontaria afinada. Os bons números exibidos dentro de campo abrir-lhe-iam de novo as portas do escalão maior italiano e a transferência para o Palermo emergiria como um justo prémio. Seguir-se-iam, numa etapa pelo Calcio a prolongar-se até à campanha de 2016/17, o Cagliari, o Genoa e o Atalanta. Paralelamente apareceriam as convocatórias para os principais torneios organizados no âmbito das selecções nacionais, nomeadamente a chamada para o Campeonato do Mundo de 2014 e as presenças na Copa América de 2015 e de 2016, de onde o Chile, em ambas as edições, sairia como o agregado vencedor do certame.

*retirado do artigo de Filipe Escobar de Lima, publicado a 23/11/2005, em www.publico.pt

1458 - CURADO

Parte integrante das equipas de juniores da Académica de Coimbra nas temporadas de 1954/55 e 1955/56, António Nazaré Curado, sem que tenha logrado descobrir qualquer informação no hiato subsequente ao referido período, haveria de registar a primeira aparição na categoria principal da “Briosa” no decorrer da campanha de 1957/58. Porém, e numa altura em que era orientado pelo mítico Cândido de Oliveira, o jovem defesa, perante a presença de colegas bem mais experientes no sector mais recuado, casos de Mário Wilson, Mário Torres ou Marta, acabaria por revelar algumas dificuldades em impor-se no “onze” dos “Estudantes”. Ainda assim, como um dos bons valores saídos das “escolas” do clube, as suas qualidades segurá-lo-iam no plantel e o valor patente nas suas, ainda que poucas, exibições, mantê-lo-iam como elemento do grupo de trabalho.
Esse paradigma começaria a mudar a partir da temporada de 1959/60, mormente com a chegada ao comando técnico da agremiação beirã do argentino Óscar Montez. Nas campanhas seguintes, o mesmo registo de aparições, já com boa frequência, ainda sem aferir o jogador com força suficiente para assegurar um lugar a titular, mas a auspiciar, num futuro próximo, uma alteração desse contexto competitivo. A aludida transformação consolidar-se-ia na época de 1962/63 e numa altura em que a Académica de Coimbra apresentava como treinador outro nome inolvidável do futebol luso, ou seja, José Maria Pedroto. Sob a alçada do incontornável “Zé do Boné”, o defesa passaria a auferir do estatuto de indiscutível no “onze” da “Briosa”. Mesmo com a saída do referido “timoneiro” e com a entrada do seu antigo colega de balneário Mário Wilson, a sua situação no seio do grupo de trabalho manter-se-ia e, desse modo, Curado viria a figurar nos anais da agremiação como um dos pilares daqueles que surgiriam como os melhores anos da história do emblema estudantil.
Uma das temporadas mais brilhantes a preencher o seu trajecto desportivo acabaria por ser a de 1966/67. Numa equipa recheada de craques, António Curado saberia conservar-se como essencial nos sucessos do colectivo, os quais, na mencionada campanha, dariam à Académica de Coimbra o 2º lugar no Campeonato Nacional e a presença na final da Taça de Portugal. Para grande infelicidade do jogador, no Estádio Nacional, perante o Vitória Futebol Clube, o defesa, apesar de participar nas eliminatórias anteriores, não seria chamado à decisiva peleja. O mesmo aconteceria 2 anos após essa presença no Jamor, num encontro que ficara marcado pelo protesto estudantil e, dessa feita, numa partida a opor o conjunto conimbricense ao Sport Lisboa e Benfica.
Também as competições de foro continental entrariam para o currículo do atleta. Nesse âmbito, como consequência dos êxitos internos, a época de 1968/69 traria ao caminho da Académica de Coimbra a estreia nas competições internacionais de clubes. Nas partidas frente ao Olympique Lyonnais, a contar para a Taça das Cidades com Feira, Curado seria chamado ao “onze” em ambas as mãos. Já em 1969/70, a última campanha que faria como futebolista de alta-competição, o defesa, com os finlandeses do Kuopion Palloseura como adversários, participaria na 1ª ronda da Taça dos Vencedores das Taças, edição que levaria o emblema da “Cidade dos Estudantes” até aos quartos-de-final da prova.
Já depois de “pendurar as chuteiras, António Curado ainda voltaria ligar-se ao futebol, nomeadamente como treinador do Anadia.

1457 - PRAIA

Formado nas “escolas” do Leixões, Clemente Rodrigues Crista, popularizado no mundo do futebol por Praia, veria José Maria Pedroto, muito à custa do seu aspecto franzino, a recusá-lo no conjunto principal da equipa sediada em Matosinhos. A nega levaria o jovem praticante, através de um empréstimo, a estrear-se como sénior ao serviço do plantel de 1965/66 do Esmoriz. Curiosamente, seria num amigável entre as duas formações que Manuel Oliveira, maravilhado com o desempenho do jogador, exigiria o seu regresso. De volta ao Estádio do Mar, a temporada de 1966/67, talvez pela estreia na 1ª divisão, seria erguida em números modestos. Porém, a campanha seguinte daria azo à explosão do pequeno extremo e a sua técnica apurada e estonteante velocidade levá-lo-iam a ser cobiçado por um dos “grandes” em Portugal.
Com a transferência acertada, o atacante seria apresentado como reforço do Benfica de 1968/69. Recebido por Otto Glória, o jovem atacante ver-se-ia afrontado pela enorme concorrência para o sector ofensivo, onde, para além de uma colossal série de glórias, como Simões ou José Augusto, havia uma série de jovens, como Nené ou Raul Águas, a despontar e a merecer a atenção do aludido treinador brasileiro. Mesmo tendo em conta a enorme concorrência, Praia, na temporada de estreia na Luz, ainda conseguiria um bom quinhão, no que respeita às chamadas a jogo. A frequência das suas aparições fá-lo-ia a ser chamado aos trabalhos sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol. Integrado nos “esperanças”, o avançado, a 28 de Maio de 1969, seria titular e marcaria o golo que garantiria o empate a uma bola frente a Inglaterra. Contudo, mesmo a auferir do estatuto de internacional, as campanhas seguintes, no contexto competitivo dos “Encarnados”, seriam ainda mais ingratas para o jogador e, mesmo com a conquista de 2 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal e 1Taça Ribeiro dos Reis, a escassez de partidas disputadas levá-lo-ia a outro destino.
Incluído no negócio a trazer Vítor Batista para o Benfica, Praia, por razão da exigência de José Maria Pedroto e ao lado de José Torres e Matine, deixaria as “Águias” para passar a envergar a camisola do Vitória Futebol Clube. Na cidade de Setúbal a partir da campanha de 1971/72, o extremo viveria uma época de estreia de alto gabarito, na qual contribuiria para o 2º lugar no Campeonato Nacional e para a participação dos “Sadinos” na Taça UEFA. De forma imprevista, a segunda época do avançado no Estádio do Bonfim correria em sentido completamente oposto à anterior, com o atleta a eclipsar-se. Daí em diante, apesar de muitas aparições no escalão máximo do futebol luso, a sua carreira tomaria os contornos de uma senda errante e ao retornar à “Luz”, após o empréstimo, apenas encontraria lugar nas “reservas”.
Seguir-se-ia ainda na temporada de 1973/74 a sua primeira passagem pelo FC Barreirense. Depois, com José Maria Pedroto mais uma vez responsável pela transferência, surgiria, intercalada pela experiência ao serviço do Varzim, a ligação de 2 anos ao Boavista. O Montijo e o regresso ao Estádio Dom Manuel de Mello para, na temporada de 1978/79, disputar a derradeira época na 1ª divisão, precederiam o fim da sua carreira, já ao serviço do plantel de 1982/83 do Palmelense.